Por Marcelo Ponte, VP de marketing da TIMining.
O ano de 2026 promete redefinir os paradigmas da mineração global. Há décadas, o setor reconhece a necessidade de conciliar o aumento da produtividade para atender a uma demanda que cresce em escala mundial, com a urgência inadiável de adotar modelos sustentáveis de operação.
Mas, se essa agenda já não é novidade, por que 2026 se desenha como um ponto de virada? A resposta é direta: a indústria finalmente dispõe das ferramentas indicadas para isso.
Assim, além de um compromisso ético, a transformação do setor tornou-se condição estratégica para ampliar mercados, atender às expectativas de parceiros públicos e privados e garantir um futuro viável para uma atividade essencial.
O mais recente relatório da EY sobre os 10 principais riscos e oportunidades na mineração evidencia que o setor reconhece a complexidade que define o atual cenário: fatores diversos e de peso semelhante que moldam o rendimento, tornando insuficiente qualquer abordagem limitada a apenas um elo da cadeia.
De modo que, ganha força a necessidade de prioridades claras, entre elas: disciplina de planejamento mais rigorosa, maior eficácia na alocação de capital e a adoção de ferramentas e práticas de manutenção preditiva, essenciais para ampliar o tempo de atividade, fortalecer a eficiência e sustentar a competitividade em um ambiente cada vez mais desafiador.
5 tendências da mineração para 2026
Profissionais mais qualificados e operações híbridas
A automação acelera, mas não substitui a necessidade de especialistas. Em 2026, cresce a demanda por equipes multidisciplinares capazes de integrar geologia, dados, TI, manutenção e ESG.
A “mina híbrida”, onde decisões humanas e modelos algoritmos se complementam, torna-se a nova norma operacional. Integrando sustentabilidade, digitalização e inovação, o setor tem a oportunidade de redesenhar suas operações, elevar padrões de eficiência e segurança, e responder às demandas de um mundo em transformação.
A missão está lançada: construir uma mineração mais inteligente, responsável e preparada para os desafios de 2026 e além.
Minas 3D
A digitalização já redesenha a mineração com modelos tridimensionais que substituem planilhas e mostram a operação em tempo real.
O gêmeo digital integra dados reais e permite simular cenários, validar planos mesmo com menos recursos e reduzir a frota sem perder produtividade, economizando diesel, diminuindo riscos e acelerando decisões.
Ao eliminar ineficiências e erros de planejamento, a tecnologia ajuda o setor a responder simultaneamente às pressões por sustentabilidade e um novo padrão operacional.
Digitalização como ferramenta operacional
A digitalização deixa de ser tendência para se tornar infraestrutura básica da mineração moderna. Sistemas integrados, sensores inteligentes e plataformas de análise em tempo real permitem prever falhas, otimizar rotas, reduzir desperdícios e ampliar a segurança em áreas de risco.
A automação, antes restrita a operações de grande porte, avança para diferentes tipos de mina, impulsionada pela necessidade de operar com mais precisão e menos impacto.
Sustentabilidade como pilar do progresso
Muito se fala sobre o investimento em ecossistemas de cidades inteligentes, mas esse avanço só é possível graças à mineração, que fornece os minerais essenciais ao desenvolvimento digital, à transição para veículos elétricos, às energias renováveis e a materiais de construção mais sustentáveis.
Ao mesmo tempo, cresce a pressão por práticas responsáveis em um setor que responde por 4% a 7% das emissões globais de gases do efeito estufa.
União entre o digital e o verde
De acordo com relatório da consultoria Mckinsey, estima-se que a demanda por energia cresça 14% até 2050. Com isso, o setor precisa se reinventar para continuar operando e reduzir seu impacto ambiental.
Já surgem sinais dessa virada: mineradoras adotam tecnologias que ampliam a transparência e ajudam a monitorar emissões, enquanto mais empresas passam a seguir padrões independentes de sustentabilidade.