Por Viviam Posterli, CEO do Grupo Skill.
Atualmente, o mercado de trabalho, no geral, vem enfrentando a chamada epidemia do desengajamento.
Vivemos uma era em que os índices de Burnout seguem crescendo, sendo que o Brasil, de acordo com o levantamento da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos.
Diante desse cenário, garantir um ambiente de trabalho saudável e colaboradores motivados é algo de extrema importância, o que pode ser obtido através da cultura organizacional.
Mais do que um simples conceito, investir na cultura promove a legitimidade na relação entre empregado e empregador. Isso porque é criado o senso de pertencimento e a escuta ativa. Na prática, quando o colaborador se sente parte de algo, todos os lados ganham.
Ou seja, a empresa ganha por potencializar sua cultura com um bom entendimento, constrói uma relação verdadeira e imprime sua marca em seus serviços e produtos.
O profissional ganha, pois, se empodera no sentido de agir como parte (dono) e, com isso, passa a ser identificado como peça-chave em oportunidades de crescimento.
O cliente também se beneficia, porque consegue sentir e perceber na entrega algo diferente e a essência da verdade no relacionamento que mantém com a organização.
Na prática, quando a cultura compreende o incentivo como um “convite” ao experimento, é o momento em que o profissional entende que sua voz terá valor. Esse é um estímulo fundamental que se retroalimenta, gerando novas ideias e resultando em um senso de importância.
No entanto, é fundamental deixar claro que errar faz parte desse processo e gera ganhos com as lições aprendidas, as quais devem ser compartilhadas para promover o desenvolvimento de todos e a maturidade.
Em se tratando do setor de tecnologia, essa abordagem é algo amplamente necessário. Afinal, se a área de TI já foi vista durante muito tempo como a responsável por atender chamados, hoje, já não é mais assim.
Esse segmento está, todos os dias, diante de novas tendências e tem a árdua missão de traduzi-las e trazê-las para a empresa.
Nesse sentido, a cultura organizacional, ao trazer o propósito de verdade, equidade, valorização da diversidade, convite ao experimento, senso de pertencimento e desejo de contribuição com um bem comum, ajuda a criar uma geração de profissionais de tecnologia com senso de importância e valores que passam a fazer sentido, e que vão além das empresas serem apenas polos geradores de desenvolvimento, riqueza e prosperidade.
É a partir dessa transformação que a organização se torna inovadora e humana, acolhendo e elevando a todos como pessoa, se preocupando com a saúde mental dos seus colaboradores, e resultando em um coletivo de contribuição e colaboração.
Dessa forma, passa a prevalecer uma potência organizacional que opera no sentido mais profundo de sua essência: mudar vidas e contribuir com nossa sociedade, tornando-se referência e exemplo para outras empresas, e deixando um verdadeiro legado em sua trajetória.
Em suma, quando a gestão empresarial traz como alicerce uma cultura que prevalece a combinação entre a liberdade e a legitimidade da relação com o outro, a partir da qual as coisas fluem e resultados expressivos são conquistados, mantendo um time engajado e satisfeito com o ambiente de trabalho.