De cada 10 empresas brasileiras que exportam, 4 ficam no estado de São Paulo. São 11.325, o que representa 48,2% das 26.441 companhias de todo o país que vendem para o exterior.
Os dados aparecem no estudo Perfil das Firmas Exportadoras Brasileiras, divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Governo Federal.
O documento também mostra que São Paulo tem 4 vezes mais empresas exportadoras que o segundo colocado no ranking nacional, o Rio Grande do Sul, com 2.930.
Destaque para o impacto dessas empresas, a maior parte do setor industrial, na geração de emprego e renda. As companhias que vendem para o exterior representam apenas 1% dos 2,8 milhões de CNPJs ativos no país, mas concentram 15% da força de trabalho. Elas pagam salários até duas vezes maiores que aquelas que atuam apenas no mercado nacional e empregam mais trabalhadores com ensino superior.
Além disso, elas contratam mais: a média de colaboradores passa de 200, enquanto as firmas não-exportadoras contam com menos de 50 funcionários.
A gestora do programa Exporta SP, Elisabete Donato, afirma que apoiar o empreendedor que quer exportar representa menos desemprego, mais renda e aquece a economia, além garantir empresas mais competitivas, já que a interação com parceiros internacionais traz novos conhecimentos, melhora a gestão e incentiva a inovação.
Voltada para a capacitação de empreendedores e produtores rurais de micro, pequeno e médio porte que querem exportar, a iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) está com inscrições abertas para o 2º semestre e deve se aproximar, ainda neste ano, da marca de mil empresas atendidas.
Apesar dos avanços e da liderança de São Paulo, a gestora chama atenção para o fato de que 99% das companhias brasileiras ainda não exportam. Ela aponta a falta de conhecimento principalmente nas pequenas empresas, que geram até 80% dos empregos no país, como um problema. Mas avalia que o Estado tem dado o exemplo de como mudar essa situação.
Escritórios internacionais
Além da capacitação dos pequenos negócios para exportação, a estratégia do governo de São Paulo para fortalecer e incentivar o comércio exterior passa pela conquista de espaço para as empresas paulistas nas principais economias do mundo, que se mostraram mais abertas ao Brasil nos últimos anos, o estudo mostra que, entre 2018 e 2020, disparou o número de companhias do país que negociam com China (+24%), Estados Unidos (+21%) e Europa (+16%).
O Estado já mantém escritórios internacionais nas três regiões, além dos Emirados Árabes, um dos principais hubs de comércio do mundo. Administrados pela InvestSP, eles atuam para atrair investimento estrangeiro e apoiar empresas de São Paulo, de qualquer porte e setor, que querem exportar, além de realizarem missões internacionais, só neste ano foram oito, com a projeção de aproximadamente R$ 170 milhões em negócios gerados.