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Reflexos tributários e perspectivas econômicas para o Dia dos Pais

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Foto: divulgação

Por Tatiana Alves, consultora tributária na Comtax.  

O mês de agosto chegou e com ele mais uma data especial promete movimentar o comércio no Brasil. Na pauta de milhões de brasileiros, o Dia dos Pais é sempre um marco inegável para setores importantes de nossa economia, sobretudo o varejo, potencializado por grandes conglomerados comerciais e, por que não, pela consolidação do e-commerce, com cada vez mais empresas marcando presença no ambiente digital.

Naturalmente, com a alta demanda, todos os olhares estão voltados para produtos que habitam a prateleira de primeiras opções do consumidor, que por sua vez, tem como objetivo maior preservar suas finanças e identificar oportunidades atrativas no mercado. Mas os preços exacerbados, como podem ser diagnosticados sem grandes dificuldades, não são por acaso.

A conjuntura tributária tem influência sobre o tema, de fato. Os impostos são numerosos e exercem um acúmulo prejudicial por toda a cadeia produtiva, resultando em uma carga tributária invariavelmente elevada. E no contexto estabelecido para o Dia dos Pais, há, também, o fator dólar como um elemento a ser considerado. Isso posto, é possível gastar menos?

Alta carga tributária marca presentes mais procurados

No caso específico do Dia dos Pais, em relação a outras datas sazonais que também se relacionam com o universo tributário, o histórico de presentes escolhidos tradicionalmente pelos brasileiros tem um forte viés de produtos importados.

A depender do dólar, por exemplo, os preços acabam nas alturas, e para além da tributação regular, ainda há o acréscimo do imposto de importação. Com mais elementos lançados à mesa, a perspectiva econômica do consumidor sofre com variáveis que fogem de seu controle, e não é para menos.

Afinal, a alta carga tributária é uma constante entre itens que puxam o protagonismo como ‘queridinhos’ do público. O perfume importado conta com 78,99% de tributação no valor total, já o vinho importado fica na casa dos 59,73%. O relógio, apesar de também poder ser uma alternativa doméstica, tem 56,14% de incidência. Os dados foram retirados do Impostômetro.

O que fazer?

Infelizmente, não existem fórmulas exatas quando o assunto é elencar um preço justo para quem deseja presentar seus pais no dia 13 de agosto. Em um país com as dificuldades que o Brasil enfrenta, sob diversos espectros, seria no mínimo irreal esperar que somente artigos importados fossem escolhidos para a data, o que expõe a importância de o consumidor ter como base uma postura de observância, acompanhando promoções, mudanças de precificação do mesmo produto em lojas diferentes e, se preciso, optar por uma saída que diminua o impacto sobre as finanças.

A pesquisa é sempre um hábito bem-vindo em períodos celebrativos. No melhor dos cenários, claro, seria preferível que o modelo tributário brasileiro simplificasse a aplicação de impostos e reduzisse a carga tributária sobre mercadorias, o que, por enquanto, não é o que acontece, por razões como essa, vale mencionar, a recentemente aprovada reforma tributária carrega a simplificação como o alicerce de suas principais propostas.

Hoje, para o consumidor que se encontra à deriva de preços incompatíveis com a realidade econômica do país, a dica é muito mais intuitiva do que factual. Com responsabilidade e um olhar de mercado calcado na racionalidade, é possível encontrar um presente que simbolize o amor pelos pais, sem comprometer o bolso de quem, definitivamente, não está podendo gastar.

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