Por Diego Perez, presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs)
A recente parceria entre a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Instituto Brasileiro de Finanças Digitais (FinanceLab) para lançar o Centro de Regulação e Inovação Aplicada (CRIA) é um marco significativo que sinaliza uma abordagem ousada e inovadora para os desafios regulatórios no mercado de capitais brasileiro.
A história de inovação da CVM, exemplificada por iniciativas anteriores como o Fintech Hub e o sandbox regulatório, fornece um contexto valioso para a novidade, que é uma continuidade de esforços que destacam o comprometimento da entidade em permanecer na vanguarda, adotando uma abordagem proativa para compreender e regular as tendências emergentes.
Desde o seu anúncio, o CRIA tem gerado expectativas quanto ao papel fundamental que desempenhará na promoção da inovação, bem como na adaptação de um cenário financeiro que segue em constante evolução. Ao se posicionar como um centro de referência e estudos, o CRIA não só reconhece a necessidade de compreender as transformações tecnológicas, mas também se propõe a liderar um movimento de mudança.
Sob a liderança das Superintendências de Securitização e Agronegócio (SSE) e de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI), o CRIA contará com pesquisadores credenciados e vinculados a universidades, responsáveis por acompanhar temas emergentes no mercado. Essa estrutura visa aliviar as demandas, permitindo que esses profissionais conduzam estudos e pesquisas de forma autônoma. Assim, o CRIA estabelece um terceiro elo, fortalecendo a colaboração entre a CVM, o FinanceLab e a academia, enfatizando a importância da pesquisa na busca por soluções inovadoras e regulatórias no dinâmico cenário do Mercado de Capitais brasileiro.
Também por isso, a participação ativa de associações representativas traduz sua importância, uma vez que desempenham papel vital na articulação de demandas específicas para o setor, com o objetivo de garantir que a regulação seja equilibrada, eficaz e sensível às necessidades das fintechs e outros negócios correlacionados. O CRIA não é apenas um passo adiante na agenda inovadora da CVM, mas uma reafirmação do compromisso para um ambiente regulatório dinâmico e adaptável.
À medida em que o CRIA entra em cena, cresce com ele a expectativa e engajamento entre agentes reguladores, empresas, especialistas e associações. Essa cooperação impulsiona o mercado de capitais em direção a um futuro mais inovador, inclusivo e resiliente. Este é um momento vital para todo o ecossistema de capitais brasileiro, com o CRIA posicionado para redefinir o curso da jornada de inovação e regulação no mercado de capitais.