Por Carlos Pirovani, CEO da Estuda.com
A internet começou a crescer no Brasil entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Para se ter uma ideia, hoje mais de 80% dos domicílios no país possuem acesso à rede, segundo a última pesquisa realizada pelo TIC Domicílios em 2022.
Com o avanço das tecnologias, a Inteligência Artificial ganhou força também no ambiente escolar nos últimos anos após a pandemia de Covid-19 em 2020. Na ocasião, escolas de todo o país tiveram que investir no digital para acompanhar os alunos durante o período de isolamento social.
Depois da volta à rotina, nada mais é como antes. Boa parte das instituições de ensino decidiram ampliar os investimentos nas soluções digitais disponíveis em empresas do ecossistema de educação. De acordo com uma pesquisa da Deloitte com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), com apoio da AWS EdStart, o número de edtechs no Brasil cresceu 44% no ano de 2022.
Além disso, um outro estudo elaborado pela professora Rosa Maria Vacari da UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), revelou que até o ano de 2030, cerca de 50% das escolas públicas e privadas de todo o território nacional devem ter a Inteligência Artificial no dia a dia e 70% delas vão aderir a computação em nuvem.
Isso mostra o quanto a tecnologia vem ganhando espaços para além do virtual. O que antes víamos em filmes de ficção científica, hoje está ao nosso alcance. Como tudo muda muito rapidamente, o processo de aprendizagem também é diferente e precisa acompanhar o ritmo, principalmente das novas gerações que já nasceram conectadas. A IA nas escolas tem um papel importante como um assistente individual, tanto para professores em suas tarefas diárias quanto para os alunos.
Para que os alunos consigam aproveitar ao máximo a jornada acadêmica, as instituições de ensino têm buscado oferecer uma combinação entre os métodos tradicionais e os modernos com a tecnologia, fortalecendo as relações humanas e as habilidades técnicas e comportamentais que são importantíssimas para que as gerações estejam preparadas para o mercado de trabalho no futuro.
Os estudantes cada vez mais são incentivados a atuar como protagonistas de seus aprendizados. Um grande exemplo disso são as metodologias ativas de aprendizagem como as dinâmicas de grupo, entre elas, a Sala de Aula Invertida, em que os estudantes pesquisam em casa e trazem debates para a aula, tornando o processo mais dinâmico e envolvente.
Já as ferramentas digitais oferecem uma experiência personalizada, com materiais de estudos diversificados e feedbacks instantâneos. Os educadores, por sua vez, têm tarefas administrativas otimizadas por terem acesso a bancos que possuem milhares de questões geradas pela IA, onde podem filtrar por níveis de dificuldade, além de editar por matérias, assuntos e habilidades.
Com isso, os professores ganham mais tempo para exercerem a criatividade nas aulas, além de poder intervir de forma mais precisa, identificando as lacunas de aprendizagem, com um suporte individualizado aos alunos de acordo com as necessidades e potencialidades de cada um.
A meu ver, a IA na educação não se trata apenas de uma tendência, mas sim uma revolução no ensinar e aprender. Quando as instituições de ensino e os profissionais de educação abraçam essas mudanças, todos saem ganhando ao explorar as potencialidades que ela oferece na educação do futuro que é hoje.