Por Fernando Brolo, sócio conselheiro e diretor comercial da América Latina na Logithink IT.
Aderir a novas tecnologias e entrar de vez na era da transformação digital é um objetivo compartilhado por inúmeras empresas. Junto aos diferenciais prometidos pelo uso tecnológico, muitos estigmas e pré-julgamentos são levantados, e entre eles, a noção de que a tecnologia está diretamente ligada a grandes corporações e orçamentos exorbitantes costuma perdurar no ambiente empresarial brasileiro. À primeira vista, não há nada de errado em presumir que ferramentas digitais demandam um olhar complexo em termos de investimento e implementação. Mas isso não significa, em nenhuma hipótese, que pequenas e médias empresas (PMEs) estão excludentes do fenômeno tecnológico.
De acordo com o estudo “OTRS Spotlight: IT Service Management 2023“, o Brasil está na linha de frente de países que mais utilizam ferramentas de automação. O cenário é de consolidação da presença digital no ambiente corporativo, o que não elimina desafios que ainda carecem de respostas mais incisivas.
Hoje, um bom exemplo de como o tema pode ser incorporado por PMEs recai na RPA, ou Automação Robótica de Processos, em tradução livre. Por melhores índices de eficiência, produtividade e segurança, dentro de um modus operandi de redução de custos, a RPA é um caminho a ser considerado por lideranças da área, e não podemos, definitivamente, deixar que mitos ou falta de know-how impeçam novos negócios de explorar um universo de oportunidades estratégicas e operacionais.
Priorize soluções adequadas à realidade da sua empresa
Antes de qualquer coisa, é fundamental partirmos do princípio de que a RPA não é um conceito estático, cuja compatibilidade se limita a contextos específicos. Há, portanto, uma ideia de escalabilidade que credencia essas ferramentas como plausíveis para pequenas e médias empresas, estando disponibilizadas para aprimorar processos de volumes diversificados.
Desenvolvida para reduzir o tempo gasto com atividades e racionalizar os recursos, essa é uma Inteligência Artificial (IA) com alto grau de relevância para operações repetitivas, preparada para replicar ações humanas e potencializar o ritmo de produção. Como consequência, os profissionais poderão centralizar suas ações em tarefas mais subjetivas, que os valorizem e estimulem um viés fundamentalmente estratégico: em outras palavras, a máquina assume engrenagens rotineiras para assegurar a eficiência dos processos, enquanto o capital humano fica responsável pela tomada de decisões impactantes sobre o negócio.
Um projeto de RPA deve ser pautado por excelência em todas as suas frentes, desde a implementação à manutenção dos serviços prestados. Por um software condizente com a dimensão dos procedimentos selecionados, ancorado por um diagnóstico assertivo sobre como e onde a robotização será inserida, o gestor deve adotar uma postura criteriosa para a escolha da plataforma. E se a margem para riscos é enxuta, assim como a abertura para gastos financeiros, por que não contar com um suporte especializado em um momento tão decisivo?
Parceiros são bem-vindos!
O potencial da RPA já existe e está comprovadamente colocado para que lideranças visualizem. O dilema está, de fato, em como trazer esse conjunto de vantagens à realidade do negócio, seja ele de grande, médio ou pequeno porte. Sem expertise no universo digital, não há como negarmos que as chances dessa iniciativa render os resultados esperados é proporcionalmente menor. Nenhuma empresa precisa entrar sozinha nesse momento de transição tecnológica, lançada ao acaso de suas ações.
E é nesse aspecto que a participação de um parceiro especializado se faz primordial, justamente para jogar luz às etapas de implementação e execução do software escolhido, incluindo os valores de investimento e o próprio custo-benefício. No fim, trata-se de mais previsibilidade quanto aos efeitos da tecnologia sobre o cotidiano operacional, com convicção e maturidade cultural para que os colaboradores envolvidos se adaptem à nova realidade.
Em resumo, as PMEs têm condições de protagonizar suas jornadas de transformação digital, sem que o fator econômico seja um impeditivo. É necessário cautela, sim, tal como um estudo prévio sobre alternativas e a possibilidade de se firmar parcerias estratégicas, para que não somente processos acabem melhorados, como também que pequenas e médias empresas possam aspirar por uma expansão mercadológica genuína, respaldada por todos os benefícios obtidos por vias digitais.