Fundada em 2020, a LifeTime é uma health/socialtech que tem como objetivo conectar pacientes a tratamentos inovadores por meio de protocolos de pesquisa clínica.
Com o propósito de democratizar o acesso à saúde, esclarecer dúvidas sobre estudo clínico e aproximar os pacientes dos tratamentos de alta qualidade, a startup surgiu com o objetivo de transformar a sociedade por meio da ciência e proporcionar alternativas de terapia, independentemente do diagnóstico.
Para saber mais sobre o trabalho desenvolvido e os próximos passos da Lifetime, o Economia SP Drops conversou com a fundadora e CEO da health/socialtech, Juliana Mauri, um dos maiores nomes do setor. Ela enxerga na pesquisa clínica o caminho para proporcionar aos pacientes tratamentos eficazes que melhoram a qualidade de vida e impacto social. Confira:
Como surgiu a ideia de fundar a LifeTime e qual é a missão da empresa?
Juliana: Nossa história começou quando eu vivenciava a dificuldade de encontrar estudos clínicos abertos para recrutamento de forma organizada e acessível. Essa experiência me motivou a criar algo. Assim, nasceu a nossa missão: democratizar e acelerar o acesso à expansão da Pesquisa Clínica no Brasil. Queremos possibilitar tratamentos inovadores, impulsionar o progresso científico e promover equidade e impacto social. Com o objetivo de democratizar o acesso à saúde, a startup busca esclarecer dúvidas sobre pesquisas clínicas e aproximar os pacientes de tratamentos de alta qualidade. Desde sua fundação, em 2020, a health/socialtech já recrutou para 21 estudos, e encaminhou mais de 250 voluntários para estudos clínicos, sendo que, atualmente, 48 destes estão participando de pesquisas em andamento. Nosso Slogan: “Conectando vidas, impulsionando a Pesquisa”
Quais são os principais desafios enfrentados pelos pesquisadores na busca por voluntários para estudos clínicos?
Juliana: Os estudos clínicos estão cada vez mais focados em critérios específicos de inclusão, e é essencial encontrar todos os critérios necessários sem identificar nenhum critério de exclusão. Os Centros de Pesquisa precisam buscar voluntários por diversos canais, sejam eles físicos ou digitais, dentro ou fora dos hospitais. Embora o Brasil esteja presenciando um crescimento no número de pesquisas clínicas nos últimos anos, sendo líder na américa latina, o país segue muito aquém de outras nações quando comparado no cenário global. Atualmente, o País ocupa apenas a 19ª colocação no ranking global de estudos clínicos, ficando atrás de países como Egito, Taiwan e Índia, conforme informações do Guia Interfarma.
Como a LifeTime facilita o processo de recrutamento de voluntários para estudos clínicos?
Juliana: A LifeTime teve origem em um aplicativo projetado para simplificar os encaminhamentos feitos por médicos, aproximando seus pacientes dos melhores tratamentos disponíveis. Posteriormente, expandimos nossa atuação, tornando estudos acessíveis também por meio de nosso website e chatbot, além de estarmos presentes nas redes sociais e no WhatsApp.
Atualmente, temos várias frentes de divulgação e captação:
- Parceria com a Medipreço: Recentemente, fechamos uma parceria com a Medipreço, uma plataforma de benefícios B2B com relações com mais de 80 empresas em todo o Brasil e com mais de 400 mil vidas em sua base. Eles disponibilizaram nossos estudos, e estamos recebendo interesse constantemente. Em menos de 2 meses, já tivemos mais de 20 interessados.
- Colaboração com a iHealth: Mantemos uma grande parceria com a iHealth, uma inteligência artificial que já leu mais de 100 milhões de prontuários eletrônicos. A iHealth atuará fortemente para acelerar a identificação desses voluntários em sua base.
- Parceria com a Secretaria de Saúde de Embu Guaçu: Após uma das pacientes recrutadas pelo App fazer nossa propaganda, chegamos até a Coordenação Médica e a Secretaria de Saúde do Embu Guaçu. Agora, teremos acesso aos dados de saúde para identificar novos voluntários, trazendo benefícios para todo o município e gerando economia de recursos públicos, já que esses voluntários terão o tratamento custeado pela indústria farmacêutica.
Essas parcerias e iniciativas refletem nosso compromisso em conectar vidas e impulsionar a pesquisa
Quais são os critérios que a LifeTime utiliza para selecionar os estudos clínicos com os quais trabalha?
Juliana: Atualmente, a LifeTime atua com mais de 100 diferentes estudos clínicos dos nove Centros de Pesquisas parceiros. Em breve, teremos grandes novidades nesse sentido, com mais disponibilidade de estudos para melhorar a experiência de nossos voluntários.
Como a plataforma da LifeTime beneficia tanto os voluntários quanto os pesquisadores?
Juliana: Os pesquisadores obtêm melhores resultados em suas pesquisas, pois terão uma divulgação mais eficaz de seus estudos abertos para recrutamento. Isso acelera a obtenção dos resultados desejados. Para os voluntários, o benefício está relacionado à melhor organização dos estudos em recrutamento. Atualmente, a falta de organização das informações dificulta a localização desses voluntários, o que, por sua vez, atrasa o lançamento de novos medicamentos. Em resumo, a LifeTime visa otimizar a conexão entre pesquisadores e voluntários, beneficiando ambos os lados e impulsionando a pesquisa clínica.
Como esse trabalho contribui para impulsionar a inovação na área da saúde no Brasil?
Juliana: Entre as contribuições mais relevantes da LifeTime estão a divulgação das pesquisas, os tratamentos inovadores e a promoção da miscigenação gênica no Brasil. Neste sentido, nossas iniciativas têm um propósito claro: gerar acesso, equidade e impacto social. Ao divulgar pesquisas e promover tratamentos inovadores, buscamos não apenas melhorar a saúde, mas também enriquecer a diversidade genética que é única no Brasil.
Quais são os próximos passos da LifeTime?
Juliana: Estamos em constante processo de evolução e construção de nosso ecossistema, pois é assim que teremos certeza do impacto que iremos gerar. Com a aprovação da PL 7082/2017, que está em revisão no Senado, teremos uma desburocratização regulatória e um aumento significativo da quantidade de estudos clínicos no Brasil. Esse crescimento exigirá que a LifeTime incorpore toda a tecnologia necessária para acompanhar essa expansão de forma sustentável. Além disso, continuamos avançando com novas parcerias estratégicas, com o objetivo de levar a pesquisa para quem ainda não a conhece e impactar positivamente aqueles que mais precisam. Com o conceito de cuidado centrado no paciente, a LifeTime personaliza o atendimento profissional para atender às necessidades e demandas específicas de cada pessoa. Esta abordagem permite que o indivíduo e seus familiares desempenhem um papel ativo nas decisões relacionadas à sua saúde. Além disso, a health/socialtech, também faz uso de tecnologia para abordar questões sociais e melhorar o bem-estar humano, em vez de se concentrar apenas em avanços tecnológicos.