Nas últimas décadas, cada vez mais mulheres têm conquistado espaço no setor esportivo, que por muito tempo, foi considerado algo de expertise masculina.
Com garra e coragem para enfrentar obstáculos, além das atletas que representam as figuras femininas na área, há também as profissionais que seguem carreira em empresas que lidam diretamente com esportes.
Nesse mercado, em especial, muitas vezes as mulheres encontram-se em ambientes em que o machismo ainda é uma realidade presente.
Isso pode se manifestar de várias maneiras, desde a falta de reconhecimento por suas habilidades até a limitação de oportunidades de avanço na carreira.
E para ilustrar essa questão tão crucial, Michelly Monteiro, diretora de operações e pessoas do Rei do Pitaco, sportstech focada em fantasy game, explica como lida com os desafios enfrentados no mercado esportivo:
“Vejo que ainda é um ambiente com pouquíssimas mulheres ocupando cargos de estratégia. Nem todos os dias são fáceis, mas o foco em buscar me desenvolver profissionalmente é mais importante, então adoto uma visão pragmática para enfrentar as dificuldades vivenciadas em uma indústria amplamente composta por figuras masculinas. Também tenho algumas válvulas de escape, que são de grande serventia para manter o equilíbrio. São coisas simples, como passear no parque com meu cachorro ou ler um livro de ficção científica”.
Embora a indústria tenha testemunhado uma importante evolução nas últimas décadas, é importante reconhecer que o caminho rumo à igualdade de gênero ainda é longo.
Por isso, a representação de mulheres em cargos mais altos é crucial para alavancar o progresso. Dessa forma, a executiva fala sobre a presença feminina no setor e sua atuação como diretora:
“Percebo cada dia mais mulheres se interessando em trabalhar no segmento e praticando esportes, mas, sem dúvidas, ainda estamos longe do ideal. E apesar de ser difícil mensurar a representatividade que tenho, por não saber o quanto influenciamos a vida das pessoas, entendo que é um grande passo da empresa na promoção de equidade na área esportiva como um todo”.
É importante lembrar que a falta de mulheres no alto escalão pode resultar em políticas e práticas que não levam em consideração as necessidades e perspectivas das colaboradoras para a criação de um ambiente mais inclusivo. Por outro lado, algumas empresas brasileiras, já estão liderando os esforços na promoção de equidade de gênero.
“Entre as iniciativas empregadas no Rei do Pitaco, temos grupos de afinidade nos quais as colaboradoras podem se conectar com temas como maternidade no trabalho ou liderança feminina. O Mães do Pitaco, além de promover encontros para discussões do grupo, deu início a um podcast para levar a temática a outras mães inseridas no mercado de trabalho. Já o Pitaqueens conta uma agenda de rodas de conversa sobre temas relevantes e ações para descompressão, promovendo uma rede de apoio interna”, explica.
Por fim, ela deixa dicas para as mulheres que já estão no setor esportivo ou que desejam construir carreira na indústria:
“Sei que é desafiador, mas não tenha receio de feedbacks duros e difíceis. Por muitas vezes, acabamos levando para o lado pessoal, o que pode acabar atrasando o seu desenvolvimento. Claro que nem sempre é fácil ouvir, porém, não fique pensando nisso por muito tempo e invista em um plano de ação para mudar o cenário”.