Por Fabiano Nagamatsu, CEO da Osten Moove.
A região da bacia amazônica abrange seis países: Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. Por aqui, o conceito de Amazônia Legal foi criado em 1966 e, atualmente, inclui os seguintes estados: Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão, Goiás e Tocantins.
Com 5 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia Legal representa 59% do território brasileiro e abriga 67% das florestas tropicais do mundo.
Para se ter ideia da extensão territorial, se fosse um país, a área seria a sexta maior do mundo. Um terço das árvores do planeta e 20% das águas doces estão na região. Com uma população de 20,3 milhões de habitantes, sendo 68,9% residentes na área urbana e 31,1% na área rural, a Amazônia Legal integra 12,3% da população brasileira.
Diante desse contexto, associado às mudanças climáticas e suas consequências, cuidar da Amazônia se tornou não apenas questão de “marketing verde”, mas também ação essencial para a preservação da vida.
Não à toa, a bioeconomia floresce por lá, criando um ecossistema de inovação que partilha tecnologia com a natureza, que há bilhões de anos desenvolve sistemas para se adaptar à Terra.
No entanto, essa simbiose entre startups e os avanços da floresta ainda é pequena. Alguns programas, como o Sinergia e o Sinapse da Bioeconomia, têm contribuído para o desenvolvimento em pauta.
Essas iniciativas buscam incentivar empresas que atuam em diversas frentes, seja fomentando o uso sustentável dos recursos da floresta, seja criando soluções para aumentar a eficiência das cadeias produtivas e promover o reflorestamento.
No primeiro caso, as startups utilizam os recursos da biodiversidade amazônica para criar produtos inovadores, valorizando a floresta e evitando o desmatamento. Empresas como Manioca, Café Apuí Agroflorestal e Apoena são exemplos desse tipo de atuação.
Já na segunda abordagem, as empresas focam em serviços eficientes para gerar competitividade nas cadeias produtivas regionais. AeroRiver, Btracer, Solaris, ManejeBem e Agrosmart são algumas companhias que se destacam nesse aspecto.
Há também as startups voltadas para o reflorestamento e a captura de carbono. Empresas como RestaurAgro, Radix e Belterra Agroflorestas desempenham papel fundamental na regeneração e mitigação dos impactos ambientais.
Para que todo esse cenário possa crescer e se desenvolver, é crucial o incentivo e a conectividade com o amplo ecossistema de startups nacional, o que inclui networking, mentores e grandes empresas, além da inserção em ambientes de inovação, como incubadoras, aceleradoras e programas de estímulo.
Essas ações oferecem suporte necessário para o sucesso das startups na região, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e do país como um todo.
Fato é que as iniciativas ligadas à bioeconomia estão favorecendo a preservação da floresta e o progresso econômico das comunidades locais. Com o apoio e o fortalecimento necessários, a Amazônia pode se tornar um centro de excelência na área, liderando o caminho para um futuro mais sustentável.