Por Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria.
A inteligência emocional (IE) é uma competência crucial no ambiente de trabalho moderno. Sua relevância se destaca cada vez mais à medida que o mundo corporativo reconhece que habilidades técnicas, embora indispensáveis, não são suficientes para garantir o sucesso profissional e organizacional. Como consultor na área de carreiras, tenho observado de perto o impacto da IE nas relações e no desempenho dos profissionais.
Daniel Goleman, um dos pioneiros no estudo da inteligência emocional, define IE como a capacidade de reconhecer nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerirmos bem as emoções em nós mesmos e em nossos relacionamentos. Aplicar essa competência no trabalho envolve:
● Autoconsciência, reconhecendo nossas próprias emoções e como elas afetam nossos pensamentos e comportamentos. Profissionais autoconscientes têm uma compreensão clara de suas forças e limitações;
● Autogestão, ao ser capaz de controlar sentimentos e comportamentos impulsivos, tomar a iniciativa, seguir com compromissos e se adaptar a mudanças;
● Consciência social, ao entender as emoções, necessidades e preocupações das outras pessoas, reconhecendo a dinâmica de poder em um grupo ou organização;
● Gestão de relacionamentos, ao desenvolver e manter boas relações, comunicar-se claramente, inspirar e influenciar os outros, trabalhar bem em equipe e gerenciar conflitos.
A importância da IE no trabalho é respaldada por diversas pesquisas. Goleman (1995) sugere que a IE pode ser responsável por até 90% da diferença entre os líderes mais eficazes e os demais.
Em um estudo conduzido pela TalentSmart, outro dado importante: 90% dos profissionais mais bem-sucedidos possuem alta inteligência emocional. Entre as principais razões para a relevância da IE no trabalho, destacam-se:
● Melhora da comunicação: profissionais emocionalmente inteligentes comunicam-se de forma mais eficaz, entendendo e sendo entendidos com maior clareza;
● Resolução de conflitos: habilidade de gerenciar conflitos de maneira construtiva é fundamental para manter um ambiente de trabalho harmonioso e produtivo;
● Aumento da produtividade: a IE contribui para um clima organizacional positivo, que por sua vez eleva a moral e a produtividade dos funcionários;
● Liderança eficaz: líderes com alta IE são mais capazes de inspirar e motivar suas equipes, fomentando um ambiente de trabalho colaborativo e inovador.
Mas afinal, como promover a inteligência emocional no trabalho?
Algumas estratégias incluem:
● Treinamento e desenvolvimento, com a oferta de treinamentos que coloquem a IE como parte do desenvolvimento profissional;
● Feedback contínuo, criando uma cultura de feedback constante, o que ajuda os colaboradores a reconhecerem suas emoções e comportamentos e a desenvolverem suas competências emocionais;
● Exemplo da liderança, com líderes que devem modelar comportamentos emocionalmente inteligentes, demonstrando empatia, autogestão e habilidades de relacionamento em suas interações diárias;
● Ambiente de suporte, fomentando um local de respeito, onde os colaboradores se sintam seguros para expressar suas emoções e preocupações.
Assim, desenvolver e aplicar essa competência pode transformar não apenas a carreira individual, mas também o sucesso organizacional. Investir em IE é, portanto, investir em um futuro mais harmonioso, produtivo e inovador para todos.