Por Rafael Gianesini, CEO e co-fundador da Cidadania4U.
A busca por uma segunda cidadania tem se tornado uma tendência crescente entre muitas famílias ao redor do mundo, e não é difícil entender o porquê. Além de transitar em mais de 100 países, a dispensa de visto para os Estados Unidos, um dos aspectos mais importantes e frequentemente subestimados é a influência positiva que a dupla cidadania pode ter na educação dos filhos.
O acesso a diferentes sistemas educacionais é um diferencial. No caso da cidadania italiana, a educação não se limita ao currículo acadêmico, mas envolve também a formação cultural e social. Crianças com dupla cidadania têm a oportunidade de conhecer culturas distintas. Essa imersão cultural pode desenvolver uma maior sensibilidade e respeito pelas diferenças, habilidades valiosas no mundo globalizado de hoje. Além disso, o acesso a diferentes idiomas desde cedo pode melhorar as capacidades cognitivas e abrir portas para oportunidades futuras.
Portugal e Itália possuem rica tradição acadêmica, isso porque contam com universidades renomadas e variedade de cursos, seja de graduação e pós-graduação até programas de pesquisa. Lembrando que, com a dupla cidadania de um destes dois países, o estudante tem acesso também a instituições de ensino em toda a União Europeia.
No caso de Portugal, entre os cursos mais procurados podemos citar, Engenharia, Medicina, Direito, Ciências da Computação e Economia. Conforme o relatório do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em 2022, eram quase 240 mil brasileiros vivendo no país português. Já na Itália, a busca de estudantes é maior por cursos como Arquitetura, Moda e Design, Medicina, Ciências Políticas e Sociais, e Artes. E vale lembrar que o Brasil continua como o país com mais descendentes italianos – são mais de 30 milhões, segundo dados da embaixada
Para além da demanda, o que sabemos é que existem diversos tipos de bolsas de estudos para cidadãos europeus que contemplam, em sua maioria, alunos com menos de 30 anos que buscam por mestrado e doutorado.
Para se ter uma ideia, os cursos de mestrado para estudantes que não têm cidadania europeia e não ganham bolsa podem custar cerca de 10 mil euros por ano. Para quem tem a dupla cidadania reconhecida, o valor reduz consideravelmente, em média de dois mil a quatro mil euros por ano.