Por Mauricio Harger, presidente da Vedacit
Ao longo desses quase 30 anos de minha trajetória profissional, tenho acompanhado de perto a evolução das técnicas de construção e a importância cada vez maior da impermeabilização para a durabilidade das edificações e a saúde da população. Garantir que uma construção esteja protegida contra a umidade além de ser uma medida preventiva, é uma necessidade para preservar a integridade estrutural e o bem-estar dos seus ocupantes.
Dados do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) revelam que a umidade é responsável por cerca de 85% dos problemas nas edificações do Brasil. Investir em uma vedação eficiente durante a fase de construção representa entre 1% e 3% do custo total da obra, enquanto os custos com reparos podem chegar a 20% do valor do imóvel. Essa disparidade de custos ressalta a importância de uma abordagem preventiva.
A proteção contra a infiltração de água além de evitar infiltrações, também afasta o mofo e outros problemas causados pela água, que podem comprometer a estrutura do edifício e a saúde de seus moradores. A umidade pode causar desde manchas de bolor até danos estruturais graves, como o apodrecimento de materiais e a ferrugem em armaduras de aço. Além disso, ambientes úmidos são propícios para o desenvolvimento de fungos e bactérias, afetando a qualidade do ar e a saúde respiratória de quem ocupa o local.
Um estudo do The Global Impact of Respiratory Diseases apontou que os ambientes mal projetados são responsáveis por inúmeras doenças, sendo o pulmão o órgão mais afetado pelo ar insalubre. A doença pulmonar ocupacional, por exemplo, pode causar morte, incapacidade e, em menor gravidade, repousos prolongados e ausências nos compromissos de rotina, como o trabalho, em decorrência das crises.
No Brasil, existem 25,9 milhões de moradias inadequadas, e de acordo com o Ministério da Saúde, 48,3 milhões de pessoas, ou 23% da população brasileira, sofrem com asma, sendo esta a quarta maior causa de internações hospitalares no País. Adicionalmente, cerca de 30% dos brasileiros possuem algum tipo de doença respiratória, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), que apontou também que, mais de 50 milhões sofrem com rinite alérgica e outros 30 milhões com sinusite.
Esses dados mostram a urgência em se trabalhar na prevenção desses problemas, a começar pelas residências e os ambientes de trabalho. Muitas doenças podem ser evitadas com medidas simples, ainda durante a construção ou reforma das habitações. A impermeabilização bem-feita é capaz de assegurar um ar limpo, sem o crescimento e a proliferação dos esporos de mofo.
Outro ponto importante a ser ressaltado é que uma construção bem vedada prolonga a vida útil do imóvel além de melhorar sua eficiência energética, de acordo com dados do IBI e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Isso se dá, pois a umidade pode penetrar nos isolamentos térmicos e reduzir sua eficácia, aumentando os custos de aquecimento e de resfriamento.
Por isso, reforço, o processo de proteção contra a umidade é um investimento indispensável para garantir saúde e segurança aos moradores, além da durabilidade dos empreendimentos. Prevenir é sempre mais eficiente e econômico do que corrigir danos. Não é à toa que a indústria de materiais de construção está cada vez mais comprometida em oferecer soluções inovadoras que asseguram a qualidade e a longevidade das construções, contribuindo para um futuro mais seguro, saudável e sustentável.