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AI First Design: a nova fronteira na inovação de aplicações

Foto: divulgação.

Por Matheus Barreto, diretor de inovação na TriggoLabs.

Nos últimos anos, o design de aplicações evoluiu em várias fases, influenciadas por avanços tecnológicos, mudanças na forma de pensar e construir soluções, além da alta expectativa dos usuários. Com a rápida adoção de tecnologias de Inteligência Artificial (IA), como os modelos de linguagem LLM (ex: ChatGPT), temos uma nova oportunidade de repensar o design e o planejamento de soluções digitais, por meio do AI First Design.

Esta é uma abordagem de design que coloca a Inteligência Artificial no centro da experiência do usuário. O conceito, proposto em 2017 pela designer e CEO Masha Krol, sugere que, em vez de focar na adaptação da aplicação a diferentes dispositivos, como no Mobile First, a IA deve ser integrada ao núcleo da aplicação para melhorar a usabilidade, personalização e eficiência.

Essa evolução tecnológica não deve ser vista como uma surpresa ou algo a temer, pois já vivemos momentos parecidos ao longo da história com outras inovações. Na década de 1990, o design de aplicações era focado em plataformas web, com objetivo de criar sites acessíveis e funcionais em navegadores de desktop, apesar das limitações tecnológicas da época.

Depois, com a popularização dos smartphones, surgiu a abordagem Mobile First, priorizando a experiência móvel. Aplicações como Instagram e WhatsApp são exemplos clássicos, nos quais a interface é otimizada para telas menores e a interação é pensada para o toque.

Agora, estamos na era do AI First Design. Nesta abordagem, a IA não é apenas um complemento, mas a base da aplicação. A IA é usada para prever as necessidades dos usuários, personalizar a experiência e automatizar tarefas, tornando a interação mais fluida e intuitiva. Adotar o AI First Design permite explorar ao máximo as capacidades da Inteligência Artificial, seja em modelos de linguagem, visão computacional, aprendizado de máquina e muito mais.

O primeiro passo para essa evolução muitas vezes é a adoção de IA de forma complementar, incorporando a tecnologia em soluções existentes. Após a comprovação da eficácia e aplicabilidade, as próximas soluções e ferramentas já são pensadas com as possibilidades da IA em mente, ou seja, em uma perspectiva AI First Design.

O mercado já reflete essa inovação e muitas empresas possuem casos de uso que se tornaram exemplos para organizações que também desejam iniciar nesta frente, como é o caso do Google Assistant, do Spotify e da Tesla.

O Google Assistant utiliza IA para fornecer respostas personalizadas, executar comandos e até prever o que o usuário pode precisar em seguida. Sua capacidade de entender e responder a comandos de voz de forma natural é um testemunho do poder da IA. Já o Spotify usa IA para criar experiências musicais personalizadas. Playlists como “Discover Weekly” e “Daily Mix” são geradas com base nos hábitos do ouvinte, proporcionando uma experiência única para cada indivíduo. Podemos considerar uma solução AI First, pois o produto já nasceu com seu algoritmo de recomendações, parte fundamental da experiência do usuário da plataforma.

Por fim, no mundo automotivo, os carros da Tesla são um exemplo de AI First Design, pois o sistema de piloto automático utiliza Inteligência Artificial para analisar dados em tempo real e tomar decisões sobre a condução do veículo, melhorando a segurança e a conveniência para o motorista. Com a IA no núcleo do design, as possibilidades de inovação são vastas e promissoras. À medida que essa abordagem se torna mais comum, podemos esperar aplicações mais inteligentes, personalizadas e eficientes, transformando as experiências digitais de formas antes inimagináveis.

Adotar o AI First Design não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para as empresas que desejam estar na vanguarda da inovação e proporcionar experiências excepcionais aos seus usuários. O futuro do design de aplicações está aqui, e ele é alimentado por inteligência artificial.

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