Por Vinicius Boemeke, cofundador & CEO da Pulsus.
O setor logístico é um dos mais dinâmicos e está em rápido crescimento no Brasil, profundamente ligado à digitalização dos processos operacionais. O avanço tecnológico é amplamente reconhecido por especialistas e lideranças do setor como o motor que impulsiona a eficiência e a competitividade.
Com uma previsão de crescimento de 50% neste ano no Brasil, segundo dados da MCC-ENET, e o mercado global projetado para alcançar US$ 15,273 bilhões até 2027, conforme a Transparency Market Research, torna-se evidente que a digitalização não é mais uma escolha, mas uma necessidade estratégica.
O crescimento exponencial do e-commerce, que floresceu no pós-pandemia como um reflexo das mudanças no comportamento do consumidor, sem dúvidas é um dos principais catalisadores dessa expansão, destacando a urgência de uma cadeia de suprimentos mais robusta, exigindo investimentos significativos em automação, integração e colaboração.
Neste contexto, a maturidade tecnológica desponta como um elemento crítico para que as empresas logísticas possam acompanhar essas mudanças e manterem-se relevantes e competitivas no mercado, além de contarem com benefícios operacionais, como: redução de tempo de suporte e capacidade de suporte remoto.
Há tempos, os smartphones se tornaram peças centrais na logística moderna, conectando equipes, rastreando entregas e facilitando a comunicação em tempo real.
Contudo, a gestão desses dispositivos móveis ainda apresenta lacunas, seja pela falta de contratar e implementar uma solução adequada ou pelo uso de ferramentas ineficazes, impactando a eficiência operacional e expondo as operações a riscos que vão desde a perda de dados até falhas de comunicação críticas.
Custo operacional, mão de obra e tecnologia: os três grandes desafios da logística
A indústria logística, embora vibrante, enfrenta desafios estruturais que ameaçam sua sustentabilidade a longo prazo. Margens de lucro cada vez mais apertadas e custos operacionais crescentes forçam as empresas a buscar soluções inovadoras para manter sua competitividade.
No entanto, é importante entendermos que muitas empresas focam apenas no custo do investimento e acabam desistindo de avançar na transformação digital quando não projetam o cenário futuro, de impactos positivos: menos tempo perdido em operações e mais ROI para as empresas.
O grande desafio é as empresas enxergarem essa capacidade de crescimento, já que o ROI do investimento em MDM não é tão óbvio e, por isso, pode passar despercebido e dificultar a decisão de integrá-lo nos processos logísticos.
A falta de mão de obra especializada, particularmente de motoristas profissionais, também é um problema recorrente e agravado pela complexidade da gestão de frotas em um cenário em que a demanda por entregas rápidas e precisas só aumenta.
Para mitigar essa escassez, as empresas frequentemente recorrem ao uso de freelancers, uma estratégia flexível, mas que permeia falta de padronização no serviço, problemas de comunicação e dificuldades de controle de qualidade.
A gestão de uma frota composta tanto por funcionários permanentes quanto por motoristas terceirizados exige sistemas de gestão altamente integrados e eficientes para garantir a coordenação adequada entre diferentes equipes, otimizar a alocação de recursos e manter a consistência nas operações, minimizando o risco de falhas e atrasos.
Somado a isso, a necessidade de adaptação rápida a novas demandas do mercado coloca uma pressão adicional sobre as operações logísticas. A integração de tecnologias emergentes e a adoção de novas práticas operacionais são imperativos para se manter à frente da concorrência. Porém, essa transição não é isenta de riscos e desafios, notadamente no que se refere à segurança dos dados e à consistência das operações em um ambiente cada vez mais digital e interconectado.
Soluções tecnológicas e os benefícios para a mobilidade corporativa
Com o aumento do uso de dispositivos móveis na logística, a proteção contra vulnerabilidades de software e a garantia de conformidade com as regulamentações de proteção de dados se tornam críticas e para enfrentar esses desafios, as empresas estão se voltando para soluções de gestão da mobilidade corporativa, com tecnologias MDM, EMM e UEM, que oferecem benefícios estratégicos, como, por exemplo, maior produtividade do TI e dos usuários dos dispositivos.
A segurança de dados, englobando a prevenção contra roubo, vazamento de informações e o uso indevido de aplicativos e sites, é essencial para proteger as operações. Cada vez mais os smartphones estão presentes nas empresas, tornando essencial a existência de uma plataforma de gestão eficiente assegura que todos os dispositivos sejam monitorados e controlados de forma centralizada, o que, embora contribua para a produtividade e eficiência, também reforça a proteção contra acessos não autorizados e possíveis incidentes de segurança.
No caso dos freelas, por exemplo, a tecnologia de gerenciamento de dispositivos (MDM) pode ser aplicada para celulares de uso pessoal e não só empresarial, o que aumenta a cobertura de benefícios e a segurança da empresa, conseguindo lidar com os desafios de manter funcionários contratados e terceirizados na organização.
Além da segurança, o MDM oferece uma redução considerável nos custos operacionais e de tempo. No quesito operacional, a gestão eficiente do consumo de dados, por exemplo, permite que as empresas otimizem seus gastos com planos de telefonia e conectividade.
A economia de combustível e a redução nos custos de manutenção da frota também são vantagens tangíveis, obtidas através do monitoramento em tempo real e da análise de dados para prever e evitar problemas antes que eles se tornem críticos. Com a tecnologia, é possível automatizar relatórios de ajuda de custos com combustíveis, tendo um impacto positivo nas análises internas da logística.
Já na entrega de valor relacionada à redução de tempo, a capacidade de suporte remoto aumenta grandemente. Antigamente, os usuários com problemas mais críticos precisavam se deslocar até um ponto com TI da transportadora, chegando a pagar pedágios pelo caminho. Com a introdução do MDM, não há essa necessidade, economizando grandemente o tempo e os custos que antes eram gastos de forma desnecessária.
Através do MDM, portanto, cada smartphone, tablet ou dispositivo similar é monitorado, configurado e protegido de acordo com as políticas corporativas, garantindo eficiência e segurança nas operações logísticas.
Além de proporcionar controle automático do inventário, o MDM permite uma visibilidade completa sobre o estado e o uso dos dispositivos, resultando em economia significativa ao reduzir a necessidade de compras de novos aparelhos devido a desgaste ou mau uso. Também é uma ferramenta oportuna para a proteção contra ações fraudulentas, muitas vezes conduzidas por colaboradores de nível operacional, ao monitorar e limitar acessos indevidos.
No final das contas, o MDM se torna um investimento essencial para enfrentar os desafios do setor logístico, afinal, a logística exige coordenação precisa e resiliência e o MDM proporciona a base inteligente necessária que sustenta e protege os negócios.