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Deep Techs: os desafios e potencialidades na geração de novos negócios

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Ana Calçado, CEO e presidente da Wylinka
Foto: divulgação

Por Ana Calçado, CEO e presidente da Wylinka.

Você sabe o que significa Deep Tech? Poucos sabem, mas o termo Deep Techs surgiu em 2014, quando Swati Chaturvedi, CEO da companhia de investimentos Propel(x), decidiu dar essa nomenclatura para diferenciar das startups que já criam soluções com base no que existe no mercado.

Apesar de serem conhecidas por esse nome recentemente, essas startups de base científica sempre estiveram presentes em nosso dia a dia: seja na saúde para o tratamento de doenças, no agronegócio para o controle de pragas, meio ambiente com as fontes de energia renováveis e saneamento básico, engenharia, entre outros setores. Os negócios de base tecnológica profunda são essenciais no desenvolvimento econômico e social no mundo.

Porém, mesmo diante dos avanços tecnológicos, existem desafios na geração destes novos negócios, quando as Deep Techs saem dos laboratórios das universidades para o ecossistema de inovação. Dentre os entraves, o investimento e financiamento são um dos principais obstáculos. Devido à natureza especializada e projetos de longo prazo, essas startups enfrentam dificuldades para atrair investidores que estejam dispostos a assumir riscos para ter um retorno em um prazo maior.

Outro obstáculo é o acesso a recursos e infraestrutura dos laboratórios. Por necessitarem de mais investimentos, é preciso haver laboratórios com espaços especializados, além de equipamentos de última geração que em geral são importados e têm custos elevados.

Por outro lado, está ficando mais barato desenvolver ativos tecnológicos de ciência complexa e, com isso, vemos o cenário de investimento crescer em todo o mundo. Isso se deve à maior disponibilidade de dados e acesso à informação, à colaboração e trabalho em rede que aceleram o processo de design de soluções, à estruturas laboratoriais compartilhadas que diminuem o custo de equipamentos e acesso à infraestrutura, à fabricação assistida por computador e impressão 3D que revolucionaram a prototipagem, à computação que acelera ciclos de teste e desenvolvimento de novos materiais, entre outros fatores.

Por fim, conquistar a aderência e aceitação no mercado requer tempo e construção conjunta de todo o ecossistema de inovação. Novas formas de pensar, empreender e investir são necessárias. Aos poucos, o cenário vem mudando com o incentivo de políticas públicas, apoio de empresas, aceleradoras e organizações sem fins lucrativos que fomentam esses negócios de geração de impacto.

Mesmo em meio a tantos desafios, não devemos perder de vista as potencialidades destes negócios. As Deep Techs têm um propósito maior de transformar vidas com soluções para resolver problemas complexos, que estão entre os pilares de ESG (do inglês, Ambiental, Social e Governança).

Além disso, elas podem trazer retornos significativos aos investimentos realizados. Estas empresas estão na vanguarda das transformações tecnológicas, com postura de resiliência e capacidade de se reinventar e mudar a rota quando necessário.

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