Por Ana Dividino, vice-presidente de negócios da Softtek Brasil.
Um dos pilares do ecossistema econômico atual, o setor de Supply Chain enfrentou nos últimos anos um legado marcado por transformações profundas, que vão desde a mudança no perfil do consumidor, cada vez mais empoderado e exigente, até uma conjuntura global marcada por desafios nos mais variados campos.
Somente nos últimos cinco anos, acontecimentos como a pandemia da Covid-19, a guerra entre Rússia e Ucrânia, desastres naturais, como as enchentes no Rio Grande do Sul, escassez de insumos, o apagão cibernético e instabilidades no cenário econômico colocaram à prova a resiliência e eficiência do setor, o elevando a outro patamar.
Se antes o foco das empresas era mais voltado para o bom funcionamento da operação, hoje também se tornou imperativo no mercado o investimento em estratégia, inteligência de negócio e inovação.
Pesquisa realizada pelo IBM Institute for Business Value (IBV) com 1,5 mil gestores de Supply Chain revelou que 47% deles introduziram novas tecnologias de automação nos últimos dois anos para adicionar previsibilidade, flexibilidade e inteligência às operações da cadeia de suprimentos e transportes. E não poderia ser diferente.
Cadeias de suprimentos com ecossistemas fluidos e sólidos, coordenados por plataformas digitais centralizadas, ajudam a maximizar o valor da informação em tempo real, permitindo uma gestão ágil de fornecedores, transportes, armazéns e centros de distribuição, com alcance de ponta a ponta, essencial para a tomada de decisões e operações mais rápidas e precisas.
Por meio de tecnologias de serviços de planejamento de demanda, suprimento e atendimento ao cliente, Gestão de Armazenagem (WMS), Gestão de Transporte (TMS) e Gerenciamento de Categoria (CATMAN) e de sortimento no varejo, por exemplo, empresas de diferentes portes e segmentos de atuação estão experimentando evoluções significativas em suas áreas de Supply Chain.
Levantamento realizado pela multinacional de tecnologia Softtek com base em casos reais de clientes do setor já apontam para alguns resultados.
Entre eles melhorias de até 95% na acurácia da previsão de demanda, redução de até 25% no custo total de armazenagem, melhoria de 40% nos níveis de serviço e de 8% nos gastos da rede logística e aumento de 12% na utilização da capacidade através da Gestão de Transporte (TMS).
Além disso, o avanço acelerado de soluções tecnológicas baseadas em Machine Learning (ou seja, aprendizado de máquina) e Inteligência Artificial também devem seguir em ascensão como impulsionadoras da transformação digital do setor.
De acordo com pesquisa da PwC, 64% dos líderes globais acreditam que o uso da IA Generativa melhorará a qualidade dos produtos e serviços de suas companhias.
Ainda segundo o estudo, a utilização da Inteligência Artificial (IA) em Supply Chain pode aprimorar a eficiência operacional com base na automação de tarefas repetitivas e na otimização de rotas de entrega.
Caminho sem volta para as empresas do futuro, fato é que as grandes transformações de paradigma de negócios ocorrem quando novas necessidades se encontram com viabilizadores tecnológicos.
E com uma estimativa de movimentar US$ 45,7 bilhões no mundo até 2027, segundo projeções da Markets and Markets Research, o setor de Supply Chain promete viver nos próximos tempos uma nova onda de transformação.
Porém, cabe ressaltar que implementações assertivas demandam tanto tecnologias de ponta como equipes altamente capacitadas, capazes de desenvolver projetos que atendam as necessidades em questão.
Portanto, as empresas que desejarem prosperar nesse novo cenário devem alinhar suas operações às exigências do mercado e às potencialidades tecnológicas, indo além da eficiência operacional básica e abraçando a inovação não apenas como uma vantagem competitiva, como também uma maneira de garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo.