Por Regina Monge, especialista em neuromarketing e membro da diretoria de marketing da ABComm.
Não é segredo que a Black Friday se tornou uma das datas mais importantes para o varejo brasileiro, e muitas empresas já utilizam Inteligência Artificial (IA) para otimizar operações e campanhas durante o período, esperando alta performance na data tão esperada.
Também não é novidade que a IA já é usada como ferramenta estratégica e essencial para analisar dados e personalizar ofertas de produtos e serviços. Entretanto, existe um grande diferencial que pode elevar ainda mais o impacto dessas tecnologias: a neurociência aplicada aos negócios.
Ao combinar os recursos da IA com o poder da pesquisa de neurociência, as empresas conseguem aprofundar o entendimento sobre como o cérebro humano processa informações e toma decisões, oferecendo uma vantagem crucial para ações de comunicação de marca, principalmente em datas sazonais como a Black Friday.
A neurociência ajuda as marcas a criarem conexões emocionais mais fortes e a melhorarem a construção de memória de marca, fatores decisivos para capturar a atenção em um ambiente extremamente competitivo, o que é importante antes de realizar investimentos massivos em mídia, seja digital ou tradicional.
Afinal, o orçamento de mídia é total, e seu uso fragmentado entre diferentes canais é que gera a separação. Para efeito de budget, quanto mais assertiva a marca for, menos recursos serão desperdiçados, garantindo uma alocação de verba mais eficiente.
Por que a neurociência é crucial para a Black Friday?
A Economia da Atenção nos mostra que, em um mercado saturado de informações e estímulos, como ocorre durante a promoção da Black Friday, o foco de atenção do consumidor é um dos recursos mais disputados e escassos. O uso da IA ajuda a entender padrões de comportamentos e a personalizar ofertas.
Porém, a neurociência leva essa análise de dados a outro patamar, pois ao aplicar a pesquisa para avaliar previamente peças, páginas de vendas, embalagens e conteúdos diversos, as marcas conseguem entender como o cérebro humano reage aos estímulos visuais, auditivos e emocionais.
Dessa forma, é possível antecipar o impacto desses elementos nas decisões de compra antes mesmo da veiculação das campanhas.
Na Black Friday, quando a disputa por atenção é intensificada, o uso de dados neurocientíficos pode ser a chave para destacar a marca em meio à enxurrada de promoções, que em geral são muito parecidas entre si. O uso da neurociência permite identificar estímulos cognitivos que capturam a atenção do consumidor rapidamente, como a percepção de cores, saliência visual e o uso de mensagens persuasivas, influenciando diretamente as escolhas de compra em um curto espaço de tempo.
Como a neurociência potencializa a IA na Black Friday?
As tecnologias de IA são bem eficazes em analisar grandes volumes de dados, mas a neurociência complementa essa capacidade ao fornecer a compreensão profunda sobre como o cérebro humano processa os dados.
Ao aplicar a neurociência para moldar as interações durante a Black Friday, as empresas podem melhorar sua capacidade de capturar a atenção do consumidor, reduzir fricções no processo de compra e, consequentemente, elevar as vendas.
Na Black Friday, o tempo de decisão é extremamente curto, e cada segundo conta. Veja a seguir o que a combinação de IA e neurociência permite.
Otimizar a experiência do usuário: As marcas podem garantir que os consumidores tenham uma experiência sem fricções, rápida e intuitiva, guiada pelos princípios cognitivos que potencializam a eficiência na navegação e compra.
Fortalecer o impacto das ofertas: Ao entender quais estímulos visuais e mensagens capturam a atenção de maneira mais eficaz, as marcas podem adaptar campanhas para se destacar nas multidões e converter a atenção em ação.
Reduzir o abandono de carrinho: Aplicando a neurociência para identificar pontos de fricção cognitiva no processo de compra, as marcas conseguem melhorar significativamente a taxa de finalização de compras.
O futuro da Black Friday com neurociência e IA
Enquanto a IA é uma ferramenta indispensável para personalizar ofertas e automatizar processos, a neurociência oferece uma vantagem competitiva diferenciada como estratégia de marca ao explicar como o cérebro reage a essas interações.
Durante a Black Friday, onde a decisão de compra além de rápida é na maioria das vezes emocional, é fundamental que as marcas alinhem estratégias com o comportamento cognitivo do consumidor.
Ao usar a neurociência para criar conexões emocionais e potencializar a experiência do usuário, as marcas podem não apenas aumentar suas vendas, mas fortalecer a criação de memória de marca, assegurando que o consumidor se lembre dela em compras futuras.
À medida que as marcas se preparam para a Black Friday, a combinação de IA e neurociência oferece uma abordagem poderosa para capturar e manter a atenção do consumidor em um curto período de tempo.
As marcas que conseguirem integrar esses dois mundos estarão mais bem preparadas para criar uma experiência de compra envolvente, impulsionar as vendas e aumentar a retenção a médio e longo prazos. Em resumo, saber como se destacar e criar conexões emocionais autênticas será a chave para o sucesso.