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Lucro ou planeta? As empresas precisam agir agora para salvar o futuro

Foto: divulgação.

Por Daniel Grynberg, diretor executivo do Grupo +Unidos. 

A crise climática é um desafio urgente, e as empresas estão no centro dessa questão. Para que possamos superar essa emergência, é fundamental que elas estabeleçam metas claras para se tornarem Net Zero — ou seja, reduzir suas emissões de carbono a zero. Isso envolve não apenas tornar seus processos mais sustentáveis, mas também investir em soluções socioambientais que compensem as emissões que não podem ser eliminadas.

Um estudo recente da Deloitte revelou que 80% dos líderes empresariais globais reconhecem a importância de reduzir emissões, mas menos da metade tem um plano concreto para alcançar isso. O desafio não é apenas entender a urgência do problema, mas implementar ações práticas para solucioná-lo.

Muitas empresas, como mineradoras e indústrias de bens de consumo, geram emissões de carbono em suas operações. O objetivo aqui não é demonizá-las, mas incentivá-las a entender suas estruturas financeiras e fazer esforços reais para reduzir emissões. Aquelas que não conseguem eliminar totalmente suas emissões precisam investir em projetos que compensem essa emissão de carbono, como iniciativas de reflorestamento ou programas de preservação ambiental que também beneficiem as comunidades vulneráveis.

O mercado de carbono já oferece diversas alternativas de compensação, como a certificação para projetos de preservação e reflorestamento. Mas é importante que esses projetos considerem o impacto social, garantindo que as populações locais sejam beneficiadas e protegidas das mudanças climáticas.

Para além da compensação, as empresas precisam investir em novas tecnologias para tornar suas operações mais eficientes. No entanto, isso vai além de melhorar as margens de lucro. Estamos em um ponto crítico em que as empresas devem repensar quanto de seus recursos devem ser direcionados aos investidores e quanto devem ser reinvestidos na preservação do planeta. Continuar a buscar lucros de curto prazo sem considerar o impacto ambiental é uma estratégia insustentável. Afinal, de que adianta acumular riquezas se o futuro do planeta está comprometido?

Estudos indicam que empresas que adotam práticas sustentáveis ​​não são apenas conservadoras para o meio ambiente, mas também melhoram sua imagem e aumentam a confiança do consumidor. De acordo com a Harvard Business Review, empresas comprometidas com causas ambientais têm uma vantagem competitiva em mercados onde os consumidores estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade.

No entanto, essa transição não pode ser feita de forma isolada. Parcerias são fundamentais, tanto com outras empresas quanto com governos, que possuem orçamentos maiores e podem ajudar a contribuir para essas transformações. Sem o apoio do setor público, as empresas não terão o alcance necessário para impactar verdadeiramente as questões ambientais.

Infelizmente, muitos compromissos reforçados em conferências climáticas, como as COPs, permanecem apenas no papel. É hora de mudar isso. Não basta mais fazer promessas e declarações. Precisamos de ações concretas e imediatas para transformar o cenário atual.

O futuro do planeta depende de empresas que estejam dispostas a investir em soluções reais e sustentáveis, ao mesmo tempo em que são transparentes em suas ações. Medir o sucesso apenas por indicadores econômicos como lucro e crescimento do PIB já não faz sentido. O verdadeiro sucesso será medido pela capacidade de proteção do planeta para as próximas gerações.

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