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Startup democratiza acesso à psiquiatria com o match perfeito

Foto: divulgação.

De acordo com o relatório do Global Mind Project, a saúde mental dos brasileiros é uma das mais precárias do mundo, evidenciando um abismo social significativo entre aqueles que podem arcar com consultas e os que não têm essa possibilidade. Além disso, há o tabu e a dificuldade de buscar profissionais que ofereçam uma conexão verdadeira e adequada ao momento enfrentado. 

Estudos indicam que pelo menos metade dos pacientes desiste de seus tratamentos devido à falta de identificação com os profissionais de saúde mental. Reconhecendo essa realidade, a médica Maria Esther, em sua prática psiquiátrica, identificou a necessidade de democratizar o acesso à saúde mental. 

Para isso, ela propõe não apenas tornar os serviços mais acessíveis, mas também contar com uma equipe diversificada de profissionais que compreendam o contexto e as vivências de cada paciente. Isso inclui desde mulheres que buscam psiquiatras que também sejam mães até aqueles que necessitam de especialistas em geriatria. Além disso, é crucial ter profissionais com uma escuta sensível a pautas minoritárias, como questões raciais, LGBTQIA+, xenofobia e desafios enfrentados por brasileiros no exterior.

Além de estarem mais vulneráveis a desordens emocionais como depressão e ansiedade, a comunidade enfrenta preconceitos, estigmas e falta de compreensão dos profissionais de saúde sobre as necessidades específicas desse grupo. Outro exemplo grave de violência é o racismo estrutural brasileiro, que se manifesta em diversas áreas da vida de um indivíduo.

Após dois anos de trabalho árduo, criamos o Espaço Abra, uma plataforma robusta focada em conectar pacientes a psiquiatras. O nome foi escolhido para representar um espaço de acolhimento, onde é possível filtrar profissionais com base em características identitárias, garantindo o match perfeito entre paciente e médico”, afirma.

Além disso, também há a possibilidade de filtros ainda mais específicos de acordo com a queixa do paciente, como depressão, ansiedade, bipolaridade e fobias diversas.

O Espaço Abra é fruto da parceria entre Maria Esther e dois sócios  com vasta experiência em inovação e startups. Henrique Valentim, ex-gestor de comunidade no Cubo, tem uma carreira marcada pela promoção da diversidade e inclusão em empresas de tecnologia, enquanto Nina Van Riet, uma belga expatriada, traz consigo a experiência de um programa de acolhimento mental que integra os pacientes ao convívio social em sua cidade natal. Geel é conhecida mundialmente pela forma singular como cuida de pessoas com desafios mentais: a enfermagem familiar. A própria UNESCO reconheceu o programa como um patrimônio imaterial em 2023. 

Maria Esther ressalta que o espaço visa ser uma referência em psiquiatria humanizada, com tratamento de alta qualidade e projetos sociais que ampliem o acesso à saúde mental:

Estamos buscando parcerias para expandir nossas iniciativas sociais”.

Atuando em um modelo B2C e com planos de expansão para B2B, a empresa se posiciona como uma startup de impacto que democratiza o acesso à saúde mental, priorizando o acolhimento.

Com um catálogo inicial de 15 médicos e uma base de 40 profissionais queremos ser reconhecidos como um lugar seguro, onde as pessoas sabem que encontrarão excelência em saúde mental, escuta ativa e tratamentos eficazes”, completa Henrique.

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Jornalista do ecossistema de startups

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