Por Iana Barenboim, cofundadora da Muva.
Nos últimos anos, o conceito de ESG, que abrange as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa, ganhou destaque nas discussões sobre sustentabilidade corporativa. Enquanto o “E” (Ambiental) e o “G” (Governança) frequentemente dominam as conversas, o “S” (Social) muitas vezes é menos explorado, embora seja igualmente importante.
O “S” do ESG refere-se a questões sociais que envolvem a relação de uma empresa com seus funcionários, fornecedores, clientes e as comunidades onde opera. Isso inclui a diversidade e inclusão no local de trabalho, condições de trabalho justas, respeito aos direitos humanos e impacto social. O foco no social busca garantir que as práticas empresariais não apenas evitem causar danos, mas também promovam um impacto positivo.
Empresas que priorizam questões sociais tendem a construir uma relação de confiança com seus stakeholders, o que pode resultar em maior lealdade do cliente, um melhor clima organizacional e a atração de talentos.
Como cofundadora da Muva, percebo diariamente que a responsabilidade social de empresas aumenta a confiança da comunidade local e de seus consumidores, o que é ainda mais importante em uma sociedade globalizada e que a “marca” e reputação de uma empresa faz toda a diferença.
Ignorar o aspecto social pode levar a riscos significativos, incluindo protestos, boicotes e problemas legais. Casos recentes mostraram que empresas que não respeitam os direitos trabalhistas ou não mantêm um ambiente inclusivo enfrentam consequências negativas em sua reputação e desempenho financeiro.
Apesar da crescente conscientização sobre a importância do “S” do ESG, ainda existem desafios. A medição do impacto social é complexa e muitas empresas lutam para definir métricas eficazes. Além disso, a superficialidade de algumas iniciativas pode gerar desconfiança.
Entretanto, essas dificuldades também abrem oportunidades para inovação e desenvolvimento de novas ferramentas de mensuração e relatórios. À medida que mais empresas se comprometem com práticas sociais genuínas, a pressão para que as outras sigam o exemplo só tende a aumentar.
O “S” do ESG não deve ser visto como um complemento, mas como um pilar fundamental da sustentabilidade corporativa. Ao integrar práticas sociais em sua estratégia, as empresas não apenas cumprem uma função ética, mas também asseguram sua relevância e competitividade no mercado atual.
O futuro das práticas empresariais passa por um compromisso genuíno com a justiça social, confirmando que responsabilidade e lucro podem e devem caminhar juntos.