Por Thales Fuzetti, Chief Business Officer na empresa de tecnologia Verity.
Em um mundo empresarial cada vez mais competitivo e orientado por dados, as empresas buscam maneiras de otimizar operações, reduzir custos e aumentar a produtividade. É nesse contexto que a hiperautomação emerge como uma das tendências mais disruptivas e promissoras da atualidade, prometendo transformar não apenas processos internos, mas todo o ecossistema organizacional. Mais do que uma simples automação de tarefas, a hiperautomação envolve a integração de tecnologias avançadas como inteligência artificial (IA), machine learning (ML), automação robótica de processos (RPA) e análise de dados em tempo real, levando a eficiência operacional a um novo patamar.
A hiperautomação vai além da automação tradicional. Enquanto a automação focava em mecanizar tarefas repetitivas e rotineiras, a hiperautomação utiliza um conjunto de ferramentas tecnológicas para automatizar processos de ponta a ponta, garantindo maior agilidade, precisão e inteligência. Ao integrar tecnologias como IA e ML, também permite que sistemas não apenas executem tarefas, mas também aprendam e melhorem continuamente, adaptando-se a novas realidades de negócios.
Essencialmente, a hiperautomação automatiza atividades quando há oportunidades de eficiência, desde operações de back-office até o front-end, passando pela análise preditiva e o suporte à tomada de decisões estratégicas. Ao gerenciar processos de maior complexidade e gerar insights valiosos, essa abordagem permite que empresas se tornem mais ágeis e adaptáveis às mudanças do mercado.
O mercado de hiperautomação é vasto e oferece uma série de soluções que podem ser adaptadas às necessidades específicas de cada empresa. Entre os principais serviços e soluções, destacam-se:
A Automação Robótica de Processos (RPA) é uma das tecnologias essenciais no universo da hiperautomação. Inicialmente voltada para automatizar tarefas repetitivas, como a inserção de dados e o processamento de transações, a RPA ganha novas possibilidades quando integrada à Inteligência Artificial (IA). Essa combinação permite que o RPA desempenhe tarefas mais complexas, não só executando ações previamente programadas, mas também complementando processos de decisão com base em análises de dados em tempo real.
A IA e o Machine Learning (ML) potencializam ainda mais a hiperautomação ao possibilitarem uma análise avançada de grandes volumes de dados. Com essas tecnologias, as empresas conseguem identificar padrões, prever tendências e otimizar processos em tempo real, promovendo uma tomada de decisão mais assertiva e orientada por dados. Esse nível de análise é um diferencial estratégico, pois capacita ainda mais as organizações e ajuda a melhorarem continuamente suas operações.
Outro componente é o Process Mining, que permite mapear e analisar processos atuais em profundidade, identificando gargalos e ineficiências. A partir dessas informações, as empresas podem redesenhar fluxos de trabalho, otimizando os processos automatizados e tornando as operações mais ágeis e eficazes.
No front-end, o uso de chatbots e assistentes virtuais inteligentes, baseados em IA, contribui para uma experiência de cliente aprimorada. Esses sistemas são capazes de oferecer respostas rápidas e personalizadas, reduzindo significativamente a carga de trabalho manual nas equipes de atendimento ao cliente e aumentando a satisfação do usuário com interações mais fluidas e precisas.
Para que todas essas tecnologias operem de maneira integrada, as soluções de orquestração de processos têm papel central. Elas asseguram que os diversos sistemas se comuniquem e funcionem de forma harmoniosa, resultando em fluxos de trabalho coesos e eficientes. Essa orquestração é o que possibilita uma verdadeira aceleração digital, onde cada peça da hiperautomação colabora para uma operação mais estratégica e alinhada aos objetivos empresariais.
O mercado de hiperautomação está em crescimento acelerado. Segundo o Gartner, até 2025, mais de 50% das grandes empresas terão adotado tecnologias de hiperautomação como parte essencial de suas operações. Esse crescimento é impulsionado pela necessidade de otimização de recursos, redução de custos e a busca por escalabilidade em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico.
Além disso, a hiperautomação permite uma análise mais precisa e em tempo real das operações de negócios. Empresas podem, por exemplo, monitorar a performance de suas atividades, identificar ineficiências em tempo real e ajustar rapidamente as operações para otimizar custos e prazos de entrega.
Outro impacto significativo é a melhoria da experiência do colaborador, já que ele deixa de atuar em tarefas repetitivas para alocar tempo em ações mais estratégicas.
Embora a hiperautomação traga benefícios inegáveis, ela também apresenta uma série de desafios que as empresas precisam enfrentar para assegurar uma implementação bem-sucedida. Um dos principais obstáculos está na integração de sistemas, pois é essencial que as tecnologias legadas consigam se conectar com as novas soluções de hiperautomação. A falta de interoperabilidade entre esses sistemas pode reduzir significativamente os benefícios da automação, impedindo uma operação realmente fluida e eficiente.
No futuro, a hiperautomação permitirá que as empresas operem em um modelo de negócio mais autônomo, onde a maioria das operações será gerenciada por sistemas inteligentes, com mínima intervenção humana. Isso não apenas reduzirá custos, mas também abrirá espaço para que os colaboradores se concentrem em inovação, estratégia e crescimento.
Não estamos falando apenas de uma tendência tecnológica, mas, sim, de uma verdadeira revolução na maneira como as empresas operam e se adaptam às demandas do mercado. Com a integração de IA, machine learning, RPA e outras tecnologias emergentes, as empresas também podem se preparar para o futuro, onde a agilidade e a inteligência de negócios serão determinantes para o sucesso.
No entanto, para colher os benefícios completos da hiperautomação, é essencial que as organizações invistam em infraestrutura tecnológica adequada, capacitação de equipes e uma estratégia clara para lidar com os desafios de integração e segurança. Somente assim, as empresas estarão prontas para liderar em um mundo cada vez mais automatizado e digitalizado.