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Vieses inconscientes atrapalham crescimento do público LGBTQIA+ no mercado de trabalho

Foto: Gorodenkoff/AdobeStock

Conscientização, escuta ativa e espaço para troca de experiências entre o time. Estes são alguns pontos de atenção para as empresas que desejam se tornar mais inclusivas para o público LGBTQIA+, segundo Carine Roos, CEO e fundadora da Newa, startup de consultoria em diversidade, inclusão e saúde emocional para as organizações.

Para a especialista em diversidade e inclusão, mais do que construir ambientes psicologicamente saudáveis e seguros, as lideranças e os gestores precisam entender que o crescimento profissional de pessoas da comunidade é marcado por inúmeras nuances, em especial, no mercado de trabalho. Por isso, despir-se de vieses inconscientes são ações fundamentais para dar espaço à diversidade e inclusão no universo corporativo.

“Vieses inconscientes são preconceitos baseados em estereótipos de gênero, classe, orientação sexual, religião e idade, tendo em vista os julgamentos e pensamentos relacionados a experiências passadas. Em outras palavras, são crenças incorporadas ao nosso cotidiano que ditam comportamentos como se fossem naturais, mas que afetam as relações, e, muitas vezes, nem percebemos”, explica.

Sendo assim, ela considera que não basta apenas contratar colaboradores LGBTQIA+ com foco em tornar a organização mais inclusiva:

“É preciso investir em treinamentos de conscientização, cujo objetivo é preparar o terreno da empresa para que ela seja, de fato, mais diversa e acolhedora”, afirma.

Mais do que olhar para o fator trabalho, as lideranças também precisam considerar o fator saúde. Afinal, a pandemia evidenciou um aumento nos diagnósticos ligados à saúde mental.

Segundo o Índice de Vulnerabilidade LGBTQIA+ à Covid-19, cerca de 55% das pessoas da comunidade foram diagnosticadas com o risco de depressão no nível mais severo. O mesmo estudo apontou que 30% das pessoas já haviam recebido diagnóstico prévio de depressão e 47,5% de ansiedade.

“As lideranças devem priorizar o bem-estar das pessoas colaboradoras, construindo redes de apoio dentro da própria organização”, sugere a especialista.

Apesar disso, Carine acredita que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Isso porque a mesma pesquisa revela que cerca de 33% das empresas do Brasil não contratariam para cargos de chefia pessoas LGBTQIA+:

“Isso revela o quanto o preconceito prejudica o crescimento profissional dos membros da comunidade.  Quando nos despimos  dos estereótipos, conseguimos ampliar não só a diversidade e a inclusão, mas também a inovação dentro da empresa”, conclui.

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