Por Bárbara Nogueira, diretora, career advisor & headhunter da Prime Talent.
No mundo corporativo, há uma frase que muitos adoram repetir: “O que importa é o talento, não a roupa.” É uma daquelas máximas que soam modernas, igualitárias, até libertadoras. Mas sejamos francos: essa ideia está longe da realidade. O mercado é — e sempre foi — visual. E quando falamos em cargos de liderança, sua imagem pessoal fala antes mesmo que você abra a boca.
A verdade é que sua competência precisa, sim, ser reforçada por uma imagem que traduza profissionalismo, preparo e autoridade. Isso não é sobre estética superficial — é sobre percepção. Não se trata de parecer alguém que você não é, mas de alinhar sua imagem à posição que ocupa e à forma como deseja ser percebido.
Empresas e líderes precisam entender que imagem é comunicação estratégica. Em processos de promoção, contratação, fusões, reuniões de alto nível ou até mesmo na convivência do dia a dia, o modo como um profissional se apresenta pode consolidar ou enfraquecer sua presença. No entanto, esse fator é constantemente negligenciado — tanto por organizações quanto por indivíduos.
E o mais curioso: não exige grandes investimentos ou transformações drásticas. Algumas decisões simples fazem toda a diferença. Um guarda-roupa bem pensado, com peças que transmitam autoridade, confiança e adequação ao ambiente, é uma ferramenta silenciosa — porém poderosa.
Por isso, vale destacar alguns princípios fundamentais:
- Menos é mais. Tons neutros, cortes clássicos e tecidos estruturados passam a imagem de clareza, organização e bom gosto. Excesso de acessórios, cores vibrantes ou estampas podem causar ruído na comunicação — especialmente em ambientes mais formais.
- Consistência visual. Não adianta se vestir de forma impecável numa apresentação e relaxar completamente no dia a dia. A sua imagem precisa acompanhar sua narrativa constantemente. Autoridade se constrói com coerência.
- Alinhamento com a cultura da empresa. A linguagem visual de um líder de uma startup de tecnologia é diferente da de um diretor de uma multinacional do setor financeiro. Estilo pessoal e cultura organizacional devem caminhar juntos.
- Posicionamento estratégico. Profissionais que querem crescer precisam se destacar — não só pelos resultados, mas também pela forma como se apresentam. Vestir-se bem, com intencionalidade, é um diferencial competitivo que muitas empresas ainda subestimam.
Negligenciar a imagem pessoal no ambiente corporativo é abrir mão de uma vantagem poderosa. E para as empresas, não incentivar uma cultura de apresentação alinhada aos valores e à imagem institucional é desperdiçar uma oportunidade de fortalecer o posicionamento da marca através das próprias pessoas que a representam.
No fim das contas, sua imagem é uma extensão do que você quer comunicar: sua visão, sua competência, seu lugar à mesa. Vista-se como o líder que você é — ou que deseja ser. No jogo da influência, cada detalhe conta.