Por Verônica Pimentel, CEO e cofundadora da Oryx Capital.
Os ETFs (Exchange Traded Funds) são hoje protagonistas no cenário de investimentos dos Estados Unidos e da Europa. Em ambos os mercados, os fundos de índice conquistaram investidores institucionais e pessoas físicas ao oferecer uma combinação poderosa: diversificação, transparência, liquidez e baixo custo. No entanto, quando olhamos para o mercado brasileiro, percebemos que ainda há um caminho importante a ser trilhado até que os ETFs atinjam o mesmo nível de popularização.
A trajetória de crescimento dos ETFs nos Estados Unidos e na Europa foi sustentada por três pilares fundamentais: educação financeira, acesso tecnológico e consciência sobre custos. Investidores desses mercados entenderam cedo os benefícios de investir em um único produto que replica um índice e, ao mesmo tempo, reduz o risco específico de ativos individuais. O avanço das plataformas digitais também democratizou o acesso, ao viabilizar investimentos com valores reduzidos e operações mais ágeis. Paralelamente, a busca por eficiência levou muitos a substituírem fundos ativos por ETFs, diante da constatação de que, no longo prazo, os índices entregam resultados competitivos — e com taxas significativamente menores. Isso, somado ao bom desempenho dos índices no longo prazo, atraiu tanto investidores institucionais quanto pessoas físicas.
No Brasil, embora o número de ETFs tenha crescido nos últimos anos, a participação desses produtos nas carteiras dos investidores ainda é modesta. O principal desafio ainda é a falta de conhecimento: muitos sequer sabem o que é um ETF ou como ele funciona, o que limita a adoção mesmo entre quem já investe na Bolsa. Outro ponto é a concentração de ativos — hoje, grande parte dos recursos está alocada em poucos ETFs, principalmente os que seguem o Ibovespa. Isso limita as possibilidades de diversificação e dificulta que os investidores explorem oportunidades temáticas ou geográficas com mais profundidade. Vale mencionar aqui a falta de incentivo fiscal para investidores pessoas físicas, que reduz o apelo da alocação em ETFs — mesmo quando seriam mais eficientes para o perfil do investidor.
Como acelerar essa transformação?
A primeira resposta é clara: educação financeira. O investidor precisa entender não apenas o que são os ETFs, mas por que eles fazem sentido dentro de uma estratégia de longo prazo. Cabe às gestoras, plataformas e agentes de mercado liderar esse processo, oferecendo conteúdo acessível, exemplos práticos e ferramentas de apoio à tomada de decisão. A segunda frente é a ampliação da oferta. Quanto mais opções temáticas, setoriais, globais ou de renda fixa forem oferecidas no mercado brasileiro, mais perfis de investidores poderão ser atendidos. Inovação e personalização não são luxos — são estratégias. Por fim, a tecnologia é a grande aliada. Plataformas de investimentos intuitivas tornam o acesso aos ETFs mais natural. Quanto mais fácil for investir, maior será a adesão.
Nos Estados Unidos e na Europa, os ETFs não são produtos de nicho. São a espinha dorsal de muitas carteiras. O investidor médio compreende que pode montar uma carteira equilibrada com poucos ETFs bem escolhidos, reduzindo riscos e custos. Transparência também é um aspecto bem resolvido: os investidores têm acesso facilitado à composição dos fundos, às taxas e à estratégia, o que gera confiança. Outro fator decisivo foi a integração entre tecnologia e investimento. Ferramentas digitais tornaram o investimento em ETFs algo simples, intuitivo e recorrente. Essa é uma direção promissora para o Brasil — e uma oportunidade para os líderes do mercado tomarem a frente.
Na Oryx Capital, acreditamos que os ETFs representam uma das formas mais inteligentes e acessíveis de investir, especialmente para quem busca eficiência sem precisar acompanhar o mercado diariamente. Temos como missão oferecer soluções em ETFs que combinem simplicidade, desempenho e alinhamento com os objetivos dos nossos clientes e estamos comprometidos em liderar esse movimento de transformação, contribuindo para que os ETFs deixem de ser uma promessa e passem a ocupar o lugar de protagonismo que merecem nas carteiras dos brasileiros. O Brasil ainda está construindo sua trilha — e o futuro dos ETFs por aqui está apenas começando.