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De influencer a marca: o novo caminho do licenciamento de sucesso

Foto: divulgação.

Por Cintia Medvedovsky, CEO e fundadora da Ziggle.

Nos últimos anos, o que era tendência virou realidade: influenciadores digitais deixaram de ser apenas canais de divulgação para se tornarem verdadeiras marcas. Em um mercado onde relevância e conexão emocional valem mais do que números frios, a transformação de criadores de conteúdo em produtos licenciados representa a consolidação de um novo modelo de negócios — altamente rentável e afetivo.

Essa transição não acontece por acaso. A combinação entre visibilidade digital, identificação do público e carisma autêntico cria um terreno fértil para que influenciadores se tornem propriedades intelectuais com potencial comercial. Eles não apenas promovem marcas: eles são a marca.

O que antes era comum com personagens de desenho animado, mascotes ou celebridades da TV, hoje acontece com rostos conhecidos do YouTube, TikTok e Instagram. O público infantil, por exemplo, acompanha seus criadores favoritos diariamente — e deseja levá-los para além das telas: no brinquedo, na mochila, no ovo de páscoa, no pijama. É o consumo com afeto, impulsionado pela identificação.

O diferencial? A profundidade do vínculo. A audiência desses creators vai além da admiração: ela é construída com base em rotina, vulnerabilidade e presença constante. Isso cria um nível de confiança que poucas marcas tradicionais conseguem alcançar. E é aí que o licenciamento se torna estratégico: transpor esse vínculo para produtos físicos, tangíveis, sem perder autenticidade.

A cadeia que dá suporte a esse modelo envolve agentes de licenciamento, designers, fabricantes, varejo e comunicação. Mas o ponto de partida é sempre o mesmo: uma comunidade fiel e ativa. E é isso que diferencia um influenciador com muitos seguidores de uma marca que pode, de fato, ser licenciada com sucesso.

Claro, nem todo creator está pronto para essa virada. É preciso mais do que números: exige clareza de propósito, narrativa consistente e abertura para o planejamento de longo prazo. A profissionalização da influência é o que transforma engajamento em produto — e produto em legado.

O resultado é um novo capítulo da economia criativa, onde conteúdo vira propriedade intelectual, influência vira capital de marca, e conexão vira valor comercial.

Estamos, definitivamente, diante de uma nova fronteira do branding.

E, desta vez, ela nasceu na internet.

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