Por Bruno Lemos, sócio e diretor de franquias do Cabana Burger.
Ter um negócio de sucesso, bem estruturado e muito bem gerido costuma despertar o interesse em muita gente. Ver o bom desenvolvimento do empreendimento, os estabelecimentos cheios e as pessoas tecendo comentários positivos sobre as experiências vivenciadas são ‘gatilhos’, que normalmente atraem a atenção de quem quer investir na abertura do próprio negócio e sonha em empreender.
O crescimento e a difusão do franchising no Brasil transformaram esse processo de forma ímpar. Afinal, é interessante para quem criou um negócio com processos bem definidos e marca forte, que podem ser replicados por outras pessoas, ao mesmo tempo em que tornou mais ‘simples’ a vida de quem deseja empreender, mas busca uma dose de segurança ao investir em um modelo de negócios já testado.
É claro que as franqueadoras têm uma dose extremamente relevante de responsabilidade neste cenário. É preciso que o conceito do negócio tenha sido explorado e exaustivamente testado a fim de chegar a um modelo que efetivamente possa ser multiplicado e gerenciado por diferentes perfis de investidores.
Cada processo precisa estar muito bem detalhado, desde a definição do ponto comercial em que a unidade franqueada será instalada, passando pela qualidade dos produtos ou serviços ofertados até chegar ao treinamento dos funcionários que ali atuarão. Nenhum aspecto pode passar batido, visto que a padronização é fundamental no caso das operações em rede.
Acredito que crescer é essencial para uma rede de franquias. No entanto, esse crescimento deve ser muito bem estruturado, cercado de critérios, cuidados e atenção. Conduzir a expansão de uma rede de maneira cautelosa, sem pressa, também tem suas vantagens e posso enumerá-las.
Para começar, ao optar por expandir com calma, a franqueadora tende a garantir a qualidade e o padrão no atendimento, nos produtos e serviços e na experiência do cliente. Além disso, evita-se o risco de ter unidades que fujam ao conceito e, consequentemente, tragam problemas para a rede e para a marca.
Expandir com mais cautela também permite à franqueadora fazer uma seleção mais criteriosa dos franqueados. Torna-se possível identificar aqueles que estão mais alinhados aos valores e cultura da empresa, o que costuma reduzir os riscos de conflitos operacionais, jurídicos e até de imagem.
Outro benefício associado ao crescimento de maneira ordenada, é a possibilidade de oferecer um suporte mais efetivo, próximo e personalizado aos franqueados, especialmente nos primeiros meses de operação, período em que é essencial estar perto para ajudar na correção de possíveis erros e para encaminhar cada unidade ao período de maturação da melhor maneira possível.
Em paralelo, a franqueadora também pode ampliar sua própria estrutura de maneira sustentável, evitando que ocorram desequilíbrios e permitindo que os processos internos evoluam junto com a rede.
Um crescimento moderado também reduz os riscos financeiros e viabiliza melhor controle do fluxo de caixa e do planejamento financeiro da franqueadora, além de um acompanhamento mais próximo de cada franquia. Ao mesmo tempo, é possível construir uma imagem sólida e confiável no mercado, solidificando a reputação da rede.
Trabalhar a expansão da rede de franquias de forma criteriosa e sem pressa traz benefícios palpáveis para todos os envolvidos. É interessantíssimo acompanhar esse processo!