Por Fabiana Ramos, CEO da Pine.
Sempre que vejo uma empresa conseguir chamar a atenção de potenciais clientes, penso no que ela está fazendo de diferente daquelas que somem na paisagem.
O mercado está cada vez mais competitivo, as marcas disputam cada espaço nas telas, os formatos se multiplicam e os algoritmos mudam o tempo todo.
Fazer uma mensagem se destacar e, mais do que isso, ser lembrada virou uma das maiores dores de quem lidera comunicação e marketing.
Antes, o desafio era ter orçamento ou criatividade para aparecer. Agora, o problema é justamente o quanto ficou fácil colocar a marca na frente do consumidor (facilidade que também se aplica à concorrência).
Com tanto conteúdo repetitivo circulando, ganha quem consegue equilibrar autoridade e criatividade do jeito certo, destacando as mensagens certas, nos canais certos e, principalmente, sabendo quando usar a imagem institucional e quando faz mais sentido dar espaço para outras vozes: executivos da empresa, influenciadores, especialistas.
Mais do que escolher o melhor canal, o que faz diferença mesmo é construir um conteúdo estratégico e relevante. Essa é a forma mais eficiente de gerar demanda e construir autoridade, sem depender só dos custos dos leilões de mídia.
Mas para funcionar, não basta fugir do erro comum. É preciso apostar no que dá certo: conteúdos com profundidade, empatia e propósito. Uma mensagem isolada, por melhor que seja, não resolve se a marca não se coloca como parceira do público, ajudando na tomada de decisão e criando conexões verdadeiras.
Em outras palavras: não tem mais espaço para conteúdo feito “só para marcar presença”. As empresas que se destacam na construção de narrativas sabem escolher os temas e formatos que refletem aquilo que só elas podem dizer, do jeito único que só elas podem contar. É a soma de qualidade, originalidade e intenção.
Esse processo não é simples nem rápido. Dá trabalho. É preciso testar, lapidar, refinar, adaptar. O conteúdo estratégico nasce do entendimento real de quem está do outro lado da tela. Ouvir o público com atenção, incorporar feedbacks e usar uma linguagem que ele entenda sem abrir mão da essência da marca é o que transforma uma mensagem comum em algo realmente marcante.
E só dá para chegar nesse ponto se a empresa sabe do que está falando. Quem consome conteúdo percebe quando há propriedade e clareza, características que se conquistam com vivência e repertório. E é isso que cria vínculos, seja com a marca, com a proposta ou com a história.
Olhar para esse cenário só reforça a força do storytelling e o potencial dessa estratégia gerar negócios. Quando bem contada, uma boa história alimenta as redes sociais, fortalece o discurso comercial, inspira equipes, gera assunto para jornalistas e influencia o mercado. É o fio condutor da reputação e da conversão.
E quando essa história é única, verdadeira e relevante, ela se destaca. O desafio é encontrar esse ponto de vista próprio, que só a sua empresa pode trazer. É aí que vale investir: ouvir mais, observar mais e ter coragem de assumir uma voz autêntica.
É essa autenticidade que transforma conteúdo em ativo de valor. Um bom conteúdo atrai, educa e convence. E prepara o público para a abordagem comercial com muito mais chance de sucesso.
Tenho acompanhado casos incríveis nos últimos anos. Empresas que dobraram a taxa de conversão ao unificar discurso entre marketing e vendas. Marcas que ganharam autoridade ao compartilhar conhecimento de forma consistente. Negócios que mudaram de mercado, de público ou de linguagem, sem ruído, só com estratégia de conteúdo bem executada.
Quando conteúdo e negócio andam juntos, os resultados vêm. E vêm mais fortes, mais rápidos, mais sustentáveis. Porque a ideia não é substituir a estratégia comercial, e sim potencializá-la.
No fim das contas, quem sabe contar boas histórias e tem algo relevante a dizer não só constrói reputação, mas também fecha negócios.