Por Tânia Alves, CEE da Okser.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o setor atacadista iniciou 2025 com alta de 1,6% no faturamento. Mesmo o dado sendo animador, isso não elimina os desafios enfrentados pelo segmento. Atualmente, vivemos uma instabilidade econômica marcada pela alta de juros, inflação e, principalmente, o comportamento do consumidor que muda cada vez mais rápido. Diante deste cenário, cabe aos atacadistas a missão de encontrar formas de continuar crescendo e, ao mesmo tempo, controlar os custos.
É justamente neste contexto que a tecnologia entra como uma grande aliada. Isso porque seus recursos não servem apenas para deixar as operações mais rápidas, mas também para aprimorar os processos, unir setores, evitar perdas e auxiliar líderes e gestores a tomarem decisões com base em dados precisos. Aplicar esse direcionamento, sem dúvidas, é o que ajuda a garantir estabilidade em um setor tão dinâmico quanto o de distribuição atacadista.
Afinal, mesmo tendo anos de trajetória consolidada, atingindo um marco de crescimento importante, principalmente, na pandemia, ainda assim, o setor atacadista convive com desafios atemporais como: altos custos operacionais e logísticos, impulsionados por ineficiências e processos manuais; gestão de estoques desalinhada com a demanda real, que afeta diretamente o capital de giro; complexidade tributária, com riscos constantes de autuações por falta de conformidade; e a falta de integração entre as áreas, dificultando a visão do negócio como um todo.
Por sua vez, além das barreiras técnicas e financeiras, muitas organizações também enfrentam a resistência cultural entre os obstáculos. Em empresas do setor, sobretudo, negócios familiares, é comum existir resistência em relação ao uso da tecnologia, que é vista como um custo e não um investimento. Além disso, a dificuldade em adotar um novo sistema devido à falta de qualificação da equipe ou o apego a processos manuais – algo ainda constante – mesmo que sejam mais lentos e imprecisos, também fazem parte desse cenário desafiador.
Considerando todos esses percalços, a boa notícia é que, por meio do uso da tecnologia, há cada vez mais soluções acessíveis de acordo com o porte e as diferentes realidades das empresas atacadistas. E, através da adoção e aplicação estratégica, é possível obter ganhos como: automatização das rotinas de faturamento, desde compras e conferências de notas fiscais; melhoria na gestão de estoques, com alertas e sugestões de compras com base no capital de giro; otimização nas rotas de entrega, com o cálculo do melhor caminho; redução de erros fiscais, uma vez que a ferramenta se atualiza conforme as normas tributárias; e análise de dados em tempo real, com dashboards que reúnem indicadores de diferentes áreas.
Todos esses benefícios, certamente, reforçam as razões pelas quais a tecnologia é um elemento indispensável para o bom funcionamento do setor atacadista. E todas essas vantagens podem ser usufruídas a partir do uso de um ERP robusto e qualificado. O software de gestão, além de unificar todas as áreas da empresa em uma única plataforma, também permite controle centralizado, redução de retrabalhos, padronização de processos, análise de rentabilidade por cliente, produto e região. Na prática, todos esses recursos promovem maior clareza, segurança e base para um crescimento sustentável.
É importante enfatizar que, além do ERP, outras tecnologias como BI, CRM, E-commerce B2B, automação fiscal, RPA etc., também podem ser integradas ao ERP, visando ampliar os benefícios na gestão de negócios. Ou seja, não faltam recursos que ajudem a complementar a ferramenta, trazendo uma nova realidade para as operações.
Diante de tamanhos benefícios e opções, é natural que brilhem aos olhos de todo atacadista. Afinal, quem não quer uma operação segura e que traga resultados? No entanto, a jornada tecnológica deve ser guiada com estratégia. E, isso pode ser feito com o apoio de uma consultoria especializada, a qual irá diagnosticar falhas operacionais e desperdícios, ajudar a escolher as ferramentas certas de acordo com o estágio de maturidade digital do negócio, planejar a implementação de forma organizada e com redução de impactos, bem como capacitar a equipe para adotar e extrair valor das novas tecnologias.
Passado o boom de crescimento durante a crise sanitária, o setor atacadista está se reorganizando e, por isso, quem sair à frente agora terá vantagem competitiva no médio e longo prazo. Hoje, investir em tecnologia é preparar o terreno para crescer com sustentabilidade, proteger a operação contra variações econômicas e regulatórias e, ainda, melhorar a experiência do cliente, com entregas mais rápidas e atendimento mais eficiente. Diante disso, não se trata mais de questionar “se” vale a pena investir em recursos tecnológicos, mas sim “o quanto a sua empresa está perdendo por ainda não investir?”.