Por Matheus Mota, CEO da B4You.
Durante muito tempo, a comunicação nas redes sociais foi tratada como uma tarefa operacional, algo a ser delegado aos profissionais de marketing ou à equipe mais jovem, considerada naturalmente mais conectada ao universo digital.
Mas essa lógica está ficando para trás. Em um cenário em que marcas disputam atenção com creators e memes, o papel do CEO deixou de ser apenas institucional: ele se tornou também performático e narrativo.
Líderes que assumem sua presença digital deixam de ser apenas representantes da marca, eles passam a ser a própria marca em movimento.
Eles não vendem apenas produtos e serviços; eles vendem uma visão de empreendedorismo, trabalho duro e orgulho de construir algo do zero. E fazem isso com a linguagem e a frequência de um influenciador digital.
É o que acontece, por exemplo, com João Adibe, CEO da Cimed, e de sua irmã, Karla Felmanas, vice-presidente da companhia. Com milhões de seguidores em plataformas como Instagram e TikTok, eles transformaram suas rotinas de trabalho, seus valores e suas personalidades em ativos de branding.
Eles mostram os bastidores da produção, comentam campanhas, aparecem nos testes dos próprios produtos e convidam o público a participar de lançamentos como o do hidratante labial Carmed, que virou fenômeno de vendas.
Aqui, vale outra reflexão: a importância de produtos que viralizam e conversam com o dia a dia dos seus consumidores, uma estratégia que é prioritária para as marcas que desejam sobreviver e crescer no ambiente das redes sociais.
A força dessa estratégia não está apenas na imagem carismática do CEO, mas na coerência com a marca que ele representa. O público percebe quando há um desalinhamento entre discurso e prática, e é justamente essa percepção que torna a influência dos líderes tão poderosa, ao mesmo tempo tão arriscada.
Ser um CEO influenciador não significa apenas aparecer nas redes, mas sustentar uma narrativa clara, autêntica e compatível com os valores da empresa.
A figura do CEO como influenciador não é uma moda passageira. É um reflexo do novo papel das lideranças em um ambiente onde confiança se conquista na primeira pessoa.
Ao colocar a cara para jogo, esses líderes assumem riscos, mas também desbloqueiam oportunidades que nenhuma campanha institucional conseguiria alcançar sozinha.