Por Ricardo Maravalhas, fundador e CEO da DPOnet.
De uns tempos para cá, o trabalho híbrido (combinação de remoto com presencial) virou rotina em muitas áreas, não só moda passageira. A ideia de poder trabalhar de qualquer lugar e ter mais tempo para si fisgou empresas e funcionários, mas vieram também problemas com a chefia, a produção e, pior, a proteção dos dados. Hoje, a questão não é se vamos trabalhar de longe, mas como fazer isso direito e sem riscos.
De acordo com uma pesquisa realizada pela agência global de segurança da informação NordVPN, somente em 2025, houve mais de 8.230 ataques com a exposição de mais de 345 milhões de dados, sendo que no ano passado inteiro foram 512 milhões. Isso reforça a necessidade do cuidado que as empresas devem ter na proteção de dados.
É claro que ter gente de todo lugar aumenta as opções e dá mais jogo de cintura, mas pede chefes espertos para lidar com as falhas da tecnologia e a falta do contato direto. Várias empresas ainda contam as horas online, quando o que importa são as metas claras, transparência e confiança. Pegar no pé de quem trabalha de longe só atrapalha a liberdade e cansa a cabeça das pessoas: e quem está chateado não cria coisas novas.
Outro ponto chato é a segurança dos dados. Em casa, o funcionário entra nos sistemas da firma por redes que nem sempre são seguras, às vezes divididas com aparelhos pessoais. Isso abre espaço para roubo de dados, ataques na internet e falta de respeito às leis. Não basta dar computadores e programas de proteção: é preciso ensinar as pessoas a serem responsáveis na internet, oferecer cursos de atualização com frequência, implementar sistemas com senhas em várias etapas e trazer regras claras sobre como usar os aparelhos e compartilhar informações.
Achar o meio-termo entre ser rápido e estar seguro também é usar as ferramentas certas. Usar programas para cuidar de projetos, falar sem pressa e ficar de olho nos dados seguindo as regras da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) não é frescura, mas algo básico para deixar os times que trabalham de longe ligados e seguros. Mais do que ter tecnologia, é como os chefes usam essas coisas que mostram se a empresa vai ser referência em novidades ou só mais uma tentando apagar incêndios que poderiam ser facilmente evitados.
A meu ver, cuidar de times de longe é entender as pessoas e pensar no futuro. A rapidez aparece quando cada um faz seu trabalho e entrega o que foi combinado; a segurança, quando seguir as regras, vira costume. Não é para ficar espionando, mas para dar poder e autonomia. Não é para colocar dificuldades, mas para construir caminhos online que ajudem as pessoas a trabalhar com cuidado. O futuro do trabalho de longe não vai ser feito só por programas, mas por líderes que saibam que agilidade e segurança devem andar juntos.