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Cultura, clima e criatividade: como o setor criativo se insere na agenda COP

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Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Quando o mundo se reuniu na Amazônia para debater o futuro do planeta, algo poderoso se moveu. Não era apenas o clima que estava em pauta,  era a vida, era a cultura, era o tempo de contar quem somos e imaginar quem podemos vir a ser.

Pela primeira vez, a cultura foi oficialmente integrada à agenda de ação climática da COP30. E isso faz toda a diferença: não se trata mais de arte ou criatividade como enfeite, trata-se de pertencimento, de narrativa, de quem nos sustenta nas mudanças que o mundo exige.

O setor criativo, historicamente visto como “luxo” ou “complemento”, mostra-se agora como infraestrutura essencial. Cultura gera conexões, comunidades, identidade, e é justamente isso que move uma economia que precisa se reinventar. No programa cultural do COP30, exposições, atividades educativas e mostras que valorizam a ancestralidade e a biodiversidade da Amazônia se tornaram protagonistas, não figurantes.

Ao mesmo tempo, a economia brasileira se ajusta a esse novo tempo: até 2024, mais de US$ 30 bilhões em green bonds já foram mobilizados, sinal de que a transição ambiental virou economia. E o próprio Banco Central do Brasil reconhece que eventos climáticos afetam diretamente o PIB nacional. Ou seja: sustentabilidade deixou de ser um adorno, é modelo de negócio.

E é nessa interseção que a economia criativa encontra seu momento. Uma ponte entre a Amazônia e o mundo. Entre identidade local e ambição global. Entre a arte que sensibiliza e a inovação que transforma.

Para as marcas que desejam estar nesse novo tempo, o convite é claro: sair da superfície, conectar-se de verdade com territórios, com histórias, com cultura que faz sentido. Porque investir em cultura não é apenas assinar patrocínio, é construir significado.

Para os criadores, produtores e artistas, o desafio é estar prontos para essa ponte: entregar estética, sim, mas também processos, modelos de negócio, impacto real. Porque criatividade agora se mede também em mudança.

O evento pode ter acabado, mas a mensagem segue viva: terceira via entre clima e economia, a cultura não é pano de fundo, é eixo. E a economia criativa pode emergir como um dos grandes motores do Brasil pós-COP30: gerando valor real, social, cultural e econômico.

Pois no fim, o que realmente importa não é apenas evitar o fim: é imaginarmos juntos um amanhã que valha a pena viver.

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Fundadora da B.done

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