Pesquisar

O futuro da IA corporativa começa onde os dados se encontram

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Por Bill Conner, presidente e CEO da Jitterbit.

Há uma estatística que resume um dos maiores desafios que as empresas enfrentam hoje: em média, uma organização usa mais de 900 aplicações diferentes e 72% delas permanecem isoladas, como “silos de dados” que não se comunicam entre si.

Como resultado, os profissionais passam, em média, 12 horas por semana apenas buscando e consolidando informações. Essa “divisão de dados” é um dos maiores obstáculos à inovação digital, ao lado da proliferação de agentes.

Nos próximos dois anos, segundo estimativas da IDC (International Data Corporation), mais de 500 milhões de novas aplicações serão criadas em todo o mundo, o que indica que o problema tende a se multiplicar.

É aqui que entra a nova fronteira da inteligência artificial, não como uma camada isolada, mas como uma força de integração e orquestração.

A IA precisa estar o mais próxima possível dos dados e casos de uso do mundo real. Por isso, infundimos inteligência artificial em toda a nossa plataforma Harmony, criando um ambiente em que agentes inteligentes, integrações e aplicações coexistem com rastreabilidade, governança e segurança.

No entanto, há um alerta: a adoção acelerada de IA pelas empresas tem sido desordenada. Hoje, 85% das empresas já estão experimentando algum tipo de agente de IA, muitas vezes sem uma estrutura central de controle.

Essa corrida desorganizada, que costumo chamar de “Velho Oeste da IA”, pela rápida expansão e falta de regras claras em um ambiente ainda em exploração, traz sérios riscos de segurança e privacidade.

Por isso, a próxima geração de IA corporativa precisa nascer com governança e responsabilidade nativas, do código à decisão. A Jitterbit é uma das poucas empresas no mundo com certificação ISO 42001, que valida práticas robustas de segurança e conformidade em IA.

Cada ação realizada por um agente dentro da nossa plataforma é registrada, usuário, requisição, resposta e data, para garantir total transparência e auditabilidade.

Mas, acima da tecnologia, o que mais me inspira é ver como o Brasil está abraçando essa nova fase com coragem. As empresas brasileiras têm uma mentalidade prática: querem entender o valor, medir o ROI e aplicar IA onde ela realmente faz diferença no relacionamento com o cliente, na eficiência operacional e na agilidade das decisões.

A IA não é um substituto para os seres humanos. Ela é um multiplicador do potencial humano. Ao automatizar tarefas repetitivas e eliminar barreiras entre sistemas, a tecnologia devolve às pessoas tempo e foco para inovar, criar e liderar.

A tecnologia muda rapidamente, mas confiança e clareza de propósito continuam sendo os verdadeiros diferenciais competitivos.

O futuro da IA corporativa não será definido por quem cria mais modelos, e sim por quem melhor conecta pessoas, dados e decisões. E, nessa nova era, o Brasil está claramente no mapa.

Compartilhe

Leia também