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A criatividade como território de esperança

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Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Dezembro chega como um convite silencioso à pausa. É o momento em que o ano desacelera, as contas se fecham, as promessas se acumulam e a pergunta inevitável aparece: o que foi possível criar em meio a tudo isso?

O Brasil atravessou 2025 com seus próprios desafios. Instabilidade, excesso de informação, cansaço coletivo. Ainda assim, a economia criativa seguiu pulsando. Às vezes em grandes palcos, às vezes em gestos pequenos: um negócio que nasceu na garagem, uma marca independente que encontrou sua comunidade, um projeto cultural que sobreviveu porque fazia sentido.

É nesse ponto que a criatividade deixa de ser apenas talento e passa a ser território. Território de esperança, de reconstrução, de futuro. Quando os grandes sistemas parecem lentos demais, são as ideias que se movem primeiro. São os criadores que enxergam caminhos onde ainda não há estrada.

A economia criativa não promete estabilidade. Ela oferece possibilidade. Conecta pessoas, cria renda, constrói identidade. E, sobretudo, lembra que desenvolvimento não é apenas número, é pertencimento, é sentido, é continuidade.

Ao final deste ano, talvez a pergunta mais importante não seja o quanto crescemos, mas o que conseguimos manter vivo. Quais ideias resistiram? Quais histórias continuaram sendo contadas? Quais futuros começaram a ser desenhados, mesmo que em rascunho?

Se há algo que 2025 nos ensinou é que a criatividade brasileira não nasce do excesso, mas da falta. Ela surge quando é preciso reinventar, adaptar, insistir. E talvez por isso ela seja tão potente.

Que em 2026 a economia criativa siga sendo esse lugar fértil onde a esperança não é ingênua, é construída, todos os dias, por quem insiste em criar apesar de tudo.

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Fundadora da B.done

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