Por Gilson Schilis, CEO da Fulwood.
O setor logístico vive um dos momentos mais desafiadores e, ao mesmo tempo, promissores da sua história no Brasil. A combinação entre o crescimento do e-commerce, a interiorização do consumo e as transformações tecnológicas está redefinindo a forma como pensamos infraestrutura, eficiência e desenvolvimento urbano. Nesse contexto, a logística deixou de ser vista apenas como custo e passou a ser um diferencial competitivo estratégico.
Acompanhamos uma mudança profunda na dinâmica de consumo nos últimos anos. Neste ano, estima-se que o comércio eletrônico brasileiro movimentou R$ 234,9 bilhões, com um volume estimado de 435 milhões de pedidos anuais e ticket médio de R$ 539. Essa expansão exige operações mais ágeis, centros de distribuição tecnologicamente avançados e localizações cada vez mais próximas dos centros de consumo.
Ao mesmo tempo, o mapa econômico do país reforça a importância do eixo Sudeste–Sul. Sete estados concentram 70% do PIB nacional e 56% da população, o que significa que as decisões de investimento em infraestrutura logística passam, necessariamente, por uma leitura inteligente desse território. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formam o coração da demanda logística intensiva no país e onde os gargalos de transporte e mobilidade ainda desafiam o crescimento.
É com base na alta demanda e onde está concentrado o PIB nacional que desenhamos nossa estratégia. Na Fulwood, acreditamos que o papel do desenvolvedor logístico vai além de construir galpões. É preciso criar ecossistemas de eficiência, conectando tecnologia, sustentabilidade e inteligência territorial. Hoje, somamos mais de 1,6 milhão de m² de área construída, 850 mil m² sob administração direta e um pipeline de mais de 1 milhão de m² em novos projetos. Essa trajetória é resultado de um modelo de negócio baseado em análise rigorosa de terrenos, engenharia própria e foco absoluto na qualidade e operação.
Mas o futuro da logística não se limita à expansão física. Ele passa, também, pela automação e sustentabilidade. Galpões inteligentes, sistemas de armazenagem automatizados, energia 100% renovável e certificações ambientais se tornaram o novo padrão.
Além do desempenho empresarial, é essencial discutir o papel do setor público. O desenvolvimento de polos logísticos depende de políticas integradas que envolvam infraestrutura viária, segurança, planejamento urbano e qualificação de mão de obra. Cidades preparadas para receber novos empreendimentos precisam investir em corredores logísticos, transporte multimodal e incentivos fiscais inteligentes. Sem isso, o avanço do setor será sempre limitado pela ausência de base estrutural.
A logística brasileira vive uma virada histórica. O futuro pertence a quem souber combinar visão de longo prazo, execução consistente e responsabilidade ambiental. Porque, no fim das contas, a logística não move apenas produtos, ela move a economia, as cidades e o desenvolvimento do país.
É nesse contexto, com confiança no mercado em 2026 e a entrega de mais 150 mil m² em ABL previstos, que a Fulwood Capital Partners abre uma nova frente de crescimento, conectando o mercado imobiliário logístico ao mercado de capitais. Com fundos estruturados entre R$ 200 e R$ 400 milhões, voltados a ativos de alta qualidade, inauguramos um novo ciclo de investimento e diversificação, baseada na demanda que o mercado apresenta, sobretudo considerando os condomínios logísticos AAA. Prova disso é a vacância de nossos empreendimentos em apenas 0,88%, contra a média nacional, de 8,2%, segundo levantamento da Binswanger Brasil.