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Mover, guardar e investir: esses são os drivers da inovação no setor financeiro

Foto: divulgação.

Por Thomas Barth, COO da MovilePay

O mercado financeiro brasileiro tem passado por um período de evolução intensa, muito em decorrência do lançamento do PIX no final de 2020, maior inovação em meios de pagamentos dos últimos tempos, que alçou o Banco Central a um grande agente inovador do ecossistema.

Além dele, a implementação do open banking no ano passado, também impulsionou as empresas a inovarem ainda mais, seja no relacionamento com seus clientes ou na entrega de melhores serviços digitais, acirrando ainda mais a competitividade do mercado financeiro.

Esses movimentos confirmam que a indústria financeira digital no Brasil tem crescido bastante e isso se reflete no cenário de investimentos.

Segundo a LAVCA (Associação para o Investimento de Capital Privado na América Latina), o setor de fintech experimentou um impulso significativo na América Latina, tendo recebido a maioria dos investimentos de capital privado na região nos últimos seis anos, sendo US$15,7 bilhões apenas no último ano.

Em geral, essas empresas visam democratizar o acesso a serviços financeiros, uma das principais dores dos consumidores e companhias da América Latina. E, dentre os inúmeros anseios desses públicos, está o acesso ao crédito, principalmente para os empreendedores de pequenos e médios negócios.

CRÉDITO PARA PJ

De acordo com o Banco Central, os cinco maiores bancos do Brasil encerraram 2020 com 81,8% do mercado de crédito e com 79,1% dos depósitos totais.

Desta forma, quando falamos em crédito B2B, posso afirmar que os bancos tradicionais entendem dos processos, mas não sabem exatamente o que cada negócio precisa para crescer.

Falta conhecimento da jornada do cliente e inovação focada em nichos específicos. Além disso, segundo o Sebrae, micro e pequenas empresas geram 27% do PIB do Brasil.

Uma lacuna interessante para ser ocupada pelas fintechs, que em sua maioria já trabalha para outras empresas, atendendo o mercado B2B.

Tanto que, no futuro, toda empresa terá um pouco de fintech, pois os serviços financeiros estarão plugados a todas elas e isso possibilitará entender a jornada do cliente e oferecer melhores soluções de crédito.

Esse é o conceito de embedded finance, uma das principais tendências do setor financeiro, que deve ganhar cada vez mais relevância nos próximos anos.

Por estar inserida na jornada do cliente, as fintechs têm informações mais detalhadas, o que lhes permite realizar ofertas personalizadas. Algumas, inclusive, conseguem oferecer quatro vezes mais crédito do que um banco tradicional que não entende as especificidades de cada setor.  

UM OLHAR PARA O FUTURO

Costumo dizer que lidar com dinheiro envolve três situações diferentes e relevantes: mover, guardar e investir. Inovar no setor financeiro deve sempre olhar para ao menos um desses três pontos e usar as tecnologias disponíveis para simplificar ou aprimorar processos e, assim, criar novos produtos e serviços.

Um exemplo, é o uso da biometria nos celulares, que deve despontar nos próximos anos, fazendo com que num futuro não muito distante, as pessoas deixem de usá-los para realizar pagamentos e transações bancárias, e passem a contar apenas com suas assinaturas biométricas. Com isso, será preciso parar de adaptar serviços existentes e desenvolver soluções nativas do zero.

Outras grandes tendências do setor são a popularização da tecnologia blockchain, que tende a ganhar escala nos próximos anos, possibilitando seu uso no setor financeiro para muito além das criptomoedas, e a computação quântica, que embora ainda esteja um pouco longe da realidade atual, aos poucos, deve passar a ser amplamente adotada.

Nesta conjuntura, quem estiver atento às tendências de mercado e conseguir desenvolver um produto ou serviço disruptivo com agilidade e que atenda às necessidades dos consumidores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, gerando valor ao dia a dia deles, sairá na frente na corrida da competitividade.

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