A Eternit S.A, focada no setor de material de construção, se mostrou resiliente em um cenário de contínua elevação de preços de matérias-primas e demais insumos de produção, restrições na logística internacional e arrefecimento da demanda do setor de material de construção no último ano.
A empresa alcançou um EBITDA ajustado de R$ 337 milhões no ano passado, o melhor resultado desde 2012 e um dos melhores da história, e Lucro Líquido de R$ 269 milhões, valor 70% acima do registrado no ano anterior.
“Encerramos o ano reforçando nossa mensagem de comprometimento com os acionistas e à saúde financeira da companhia. Conquistas como a aquisição da Confibra, o aumento da produção de fibra de polipropileno na nossa unidade em Manaus, o anúncio da construção de uma nova fábrica que atenderá região Nordeste, o avanço da comercialização das telhas fotovoltaicas e a retomada na distribuição de dividendos são alguns exemplos”, destaca Luís Augusto Barbosa, presidente da Eternit.
A companhia encerrou o período com um caixa líquido positivo de R$ 181 milhões, frente a uma posição positiva de R$ 15 milhões registrada no mesmo período do ano anterior.
Já o endividamento bruto recuou 44%, totalizando R$ 37 milhões, constituído unicamente pela dívida junto ao Banco da Amazônia, relativa ao empréstimo contratado para funding do investimento da unidade no estado.
INVESTIMENTOS
Os investimentos totalizaram R$ 56 milhões, dos quais 52% dos recursos foram destinados aos projetos estratégicos (telhas fotovoltaicas e programa de modernização do parque industrial de fibrocimento) e 48% para investimentos em continuidade operacional.
Em relação aos projetos estratégicos, cujo funding foi realizado pelo aumento de capital em junho de 2020, no montante de R$ 46,6 milhões, foram desembolsados R$ 10 milhões, totalizando R$ 34,6 milhões de investimento nos projetos, restando o saldo de R$ 12 milhões a desembolsar.
“No decorrer do quarto trimestre, prosseguimos com as ampliações das unidades de Goiânia e Rio de Janeiro, que juntas representarão um adicional na capacidade produtiva de 7 mil toneladas por mês, ou cerca de 10% da capacidade atual. Sobre o projeto de telhas fotovoltaicas, ainda no primeiro semestre deste ano iniciaremos a implementação dos projetos-piloto voltados para a Eternit Solar (fibrocimento), enquanto as vendas das telhas de concreto (Tégula Solar) continuam de forma restrita a projetos selecionados, como o esperado”, complementa o empresário.
MERCADO DE CAPITAIS
O valor de mercado em 31/12/2021 alcançou R$ 1.295 milhões, considerando a cotação de fechamento de R$ 20,96.
Com capital pulverizado, sem acordo de acionistas ou grupo controlador, a base acionária da companhia contabilizou 26.981 investidores.
No quarto trimestre, o volume médio diário das ações foi de R$ 27 milhões, superando em 46% o mesmo período do ano anterior.
Em dezembro passado, foi aprovado o pagamento de Juros sobre Capital Próprio aos acionistas, no valor total de quase R$ 15 milhões, equivalentes ao valor bruto de R$ 0,24 por ação, a primeira vez desde 2016.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Com o turnaround da companhia cada vez mais ajustado, a saída da Recuperação Judicial depende principalmente de etapas inerentes ao judiciário, especificamente de um desfecho perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) visando restabelecer o plano original de pagamento dos credores da Classe I.
“Estamos confiantes em manter nossos projetos de crescimento independentemente do cenário mais agitado que está sendo desenhado em 2022. Foram estratégias calculadas e pensadas no sucesso de médio e longo prazo da Eternit, e que serão executadas dentro do planejado”, conclui.