*Por Kleber Ávila, CEO da Packseven.
A tecnologia desempenha um papel crucial no desenvolvimento de indústrias em todos os setores. A combinação de pesquisas científicas e investimentos é fundamental para viabilizar a disponibilidade de produtos que transformam a forma como se consome e produz.
Ao investir em pesquisa e inovação, as indústrias têm acesso aos avanços científicos e podem aplicar o que há de mais recente em seus processos produtivos. Esta colaboração entre ciência e indústria é fundamental para promover agilidade e fomentar o progresso, impulsionando o desenvolvimento econômico e a competitividade.
No entanto, para que essa parceria e outras iniciativas semelhantes sejam bem-sucedidas, é fundamental que haja um ambiente propício e o Brasil tem se destacado nesse sentido.
Segundo estudos da consultoria McKinsey, o país tem um grande potencial para se tornar um líder em tecnologia e inovação, impulsionado pela força de trabalho qualificada e pelos avanços nas áreas de ciência e tecnologia. A consultoria ressalta que as empresas líderes nas transformações conquistam benefícios em toda a cadeia de valor, aumentando a capacidade de produção, os leads times de entrega e o nível de satisfação do cliente, além de reduzir perdas materiais e o impacto ambiental.
Implementadas de forma assertiva, as soluções geram retornos extremamente atrativos. Os benefícios incluem desde as reduções de 30 a 50% no tempo de parada das máquinas, de 10 a 30% de aumento na produtividade, de 15 a 30% de melhoria na produtividade da mão de obra e de até 85% mais precisão nas previsões.
Além disso, há ganhos mútuos associados à redução do impacto ambiental, com menos emissões de gases poluentes, diminuição do desperdício, aumento da eficiência energética, do uso de água e do consumo de matérias-primas.
Uma parceria bem-sucedida entre os estudos científicos e a indústria é essencial para viabilizar a comercialização de produtos disruptivos, como é o caso do recente lançamento do primeiro filme Stretch com grafeno do mundo, parceria entre a Gerdau Graphene e a Packseven.
O grafeno é um dos materiais mais estudados no mundo, mas ainda novo no mercado. Considerado o material mais forte da Terra, é formado por folhas de carbono densamente compactadas. Desde que foi isolado em 2004, as propriedades químicas, físicas, elétricas, térmicas e mecânicas do grafeno cativaram o mundo e levaram seus inventores a ganhar o Prêmio Nobel de Física, porém havia o desafio de utilizá-lo em escada industrial.
A parceria entre as duas grandes indústrias foi fundamental para impulsionar a inovação e levar a solução ao mercado. Ao unir a experiência da Packseven na fabricação de filmes flexíveis de alta performance com a expertise da Gerdau Graphene em desenvolver aditivos e produto com nano materiais a base de carbono, em escala comercial, foi possível criar um produto revolucionário que oferece vantagens significativas em termos de resistência, leveza e durabilidade.
O Stretch film com grafeno apresenta características superiores em relação ao material convencional, com resistência aprimorada e capaz de suportar estiramentos acima do comum.
O novo produto possui maior rendimento, reduzindo o consumo durante o estiramento e proporcionando uma melhora significativa na segurança da carga. A adição de grafeno permite um ganho de performance aliado a um material mais sustentável, devido à redução de plástico virgem no produto ou o aumento de plástico reciclado na composição final.
Lançamentos como este são um exemplo concreto de como a união entre estudos científicos e a indústria impulsionam a inovação, inspirando outros mercados com resultados significativos, que incluem aumento de produtividade e redução de custos aliados à sustentabilidade de toda a cadeia produtiva. Como resultado, o país ganha empresas mais fortes, impactando a economia como um todo.
Segundo os dados mais recentes da Pesquisa Industrial Anual Empresa (PIA Empresa), divulgada pelo IBGE, a indústria brasileira compreende mais de 303 mil empresas, que geram de forma conjunta R$ 4 trilhões de receitas líquidas de vendas, envolvendo 7,7 milhões de pessoas empregadas no setor industrial.
A inovação tecnológica não é apenas um diferencial competitivo, mas também uma necessidade para as empresas sobreviverem e prosperarem em um mundo cada vez mais digital e interconectado.
As que não acompanharem as tendências perderão oportunidades valiosas de crescimento e terão prazo de validade para se tornarem obsoletas e serem substituídas.