O ano promete ser um marco no mercado de produtos terapêuticos feitos à base de cannabis no Brasil. A regulamentação que permite o registro de produtos feitos à base da planta e sua distribuição em farmácias (RDC 327 – aprovada em 2019, com entrada em vigor em 2020) exigiu das empresas o tempo necessário para o desenvolvimento farmacêutico e investimentos.
É neste cenário promissor que a empresa mineira Ease Labs, de Minas Gerais, aposta para crescer e aumentar os produtos oferecidos.
O modelo de negócio que a empresa adotou é o de produção em solo nacional a partir de insumos importados. Para isso, conta com duas linhas de produção com capacidade instalada para produzir 5 milhões de unidades por ano para fabricar soluções orais e mais 2,5 milhões para produtos sólidos, suficientes para suprir toda a demanda atual do Brasil de produtos à base de cannabis.
“Além de trazer mais eficiência operacional e maior potencial de escala, esse modelo permitiu à Ease Labs a internalização de todo o know-how técnico-científico de desenvolvimento e produção dos canabinoides. Para os próximos dois anos, a empresa pretende investir cerca de R$ 80 milhões”, afirma o CEO da Ease Labs, Gustavo de Lima Palhares.
A empresa espera lançar ao mercado os produtos feitos na indústria brasileira no primeiro semestre deste ano.
No momento, já está produzindo parte do seu portfólio em solo nacional, o que é considerado um marco histórico.
No ano passado, a empresa recebeu a certificação completa da Anvisa, que inclui GMP (good manufacture practices), Autorização Especial (para substâncias controladas) e Autorização de Funcionamento (AFE) para a produção, armazenagem, dispensação, importação e exportação de medicamentos e suplementos.
“O nosso foco agora está na preparação para as vendas, que devem ser expressivas nos próximos três anos, com o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos disruptivos no médio prazo, além da globalização do nosso negócio. Neste cenário promissor, a empresa espera obter receitas estimadas em R$ 247 milhões até 2024”, afirma Gustavo Palhares.
Atualmente, o laboratório conta com mais de 2 mil pacientes e cerca de 600 médicos prescritores. Com a implementação da operação de produção em solo nacional e comercialização dos produtos em farmácias, a tendência é que seu faturamento cresça pelo menos dez vezes.