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Como essa empresa de vinhos veganos está mudando o propósito do setor no Brasil

Foto: divulgação.

O vinho está caindo no gosto dos brasileiros. No ano passado, o consumo da bebida chegou ao maior nível já registrado, chegando a 501 milhões de litros consumidos. Em média, isso representa cerca de 2,78 litros de vinho per capita, um aumento de 30% em relação a 2020. Segundo pesquisa das empresas Statista, Euromonitor e Nielsen, esse crescimento colocou o Brasil como o segundo país de maior consumo de vinho na América Latina.

Porém, a relação do brasileiro com o vinho ainda precisa evoluir. Essa é a visão de especialistas, como Lívia Marques, CEO da Veroni Wine. Em fevereiro deste ano, a startup de vinhos veganos levantou mais de R$ 2 milhões e vendeu mais de 25 mil garrafas no primeiro ano de atividade. Para saber mais dessa nova proposta, das tendências do setor e da marca, confira o Economia SP Drops:

Como surgiu a ideia de fazer um vinho vegano?

Lívia: Veroni é uma marca de vinhos refrescantes que nasceu em 2019 para ser uma marca disruptiva, descomplicada, de qualidade e acessível. Buscamos ressignificar o consumo do vinho e torná-lo uma bebida jovem e fácil de beber. Acreditamos na nossa marca e na cultura de inovação, mostrando que o vinho combina com cada instante da vida. Tudo isso alinhado aos propósitos de sustentabilidade e igualdade de gênero, pautas presentes no DNA da empresa e que estão intrínsecos a busca pela mudança no setor de bebidas.

Quais os outros diferenciais da marca?

Lívia: Assumimos um papel de deixar um mundo menos desigual, com inclusão e valorização do trabalho das mulheres. Por isso, 3/5 da diretoria da Veroni e 70% da operação da empresa é feminina. Somos ESG friendly, olhamos para a cadeia produtiva como um todo. Nos preocupamos com questões de sustentabilidade e com o impacto que nossa empresa gera para o planeta. Por isso, escolhemos nossas ações pautadas nestes pilares: nossos vinhos são veganos, nossos produtos são certificados pelo selo Eu Reciclo e ainda somos parceiros Pólen (1% do faturamento do nosso e-commerce é destinado à ONGs de apoio ao trabalho da mulher ou meio ambiente).

Como esse olhar mais inovador a um segmento mais tradicional colaborou com a alta performance da marca?

Lívia: Acreditamos que a inovação faz a diferença em um mercado formal e tradicional. As marcas de vinho não são ligadas ao marketing, pelo contrário, são extremamente conservadoras com poucas propagandas e com propósitos não muito bem definidos. Por isso, no primeiro ano de operação, apenas com um produto em circulação, a empresa atingiu R$ 1,2 milhão de faturamento. Já no segundo ano de operação, agora com dois produtos em seu portfólio, o faturamento mais que dobrou, atingindo a incrível marca de R$ 2,5 milhões.

Quais os planos para 2022?

Lívia: Além do lançamento de novos produtos, ainda em desenvolvimento, pretendemos ampliar a operação fechando o ano em 11 estados no país, hoje estamos em 8 estados. Iremos fechar o ano em mais de 1.200 pontos de vendas e investiremos em marketing e na divulgação da nossa marca Brasil afora.

O vinho está se tornando mais popular? Como você enxerga o mercado atualmente? O que ainda precisa evoluir? 

Lívia: O vinho tem se tornado uma bebida mais democrática e popular no Brasil, embora o consumo ainda seja muito baixo se comparado a países europeus ou mesmo próximos, como o Chile, que possuem o costume de consumir o produto. O Brasil é popularmente conhecido como o país da cerveja e futebol, e na Veroni pensamos: vamos fazer o Brasil ser também conhecido como o país do vinho. O mercado tem um potencial gigante, muitas pessoas ainda não adquiriram o hábito de consumo para vinhos. Estamos tentando mudar essa realidade para fazer com que mais pessoas conheçam nossa marca e nosso produto e, assim, se tornem apreciadoras de um produto tão incrível.

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