Por Maurício Stainoff, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de São Paulo.
O início de ano é sempre desafiador para o brasileiro. Repleto de contas, como IPTU, IPVA, matrícula escolar, entre outros; janeiro é um mês de muitos gastos, levando o cidadão a economizar. Na outra ponta, o varejo encontra dificuldades na hora de vender e obter bons resultados no mês.
Nas vitrines é possível encontrar os saldos, os sales, descontos, as mais variadas nomenclaturas para tentar atrair o consumidor. Percorrendo as cidades, os cartazes com “10, 20, 30, 40% OFF” são técnicas de vendas e um chamariz para a presença do cliente.
Em janeiro, além das contas tradicionais, soma-se ao bolso do brasileiro as incertezas econômicas do novo governo; a inflação, que fechou 2022 em alto de 5,79% e episódios como o da Americanas, que anunciou inconsistências financeiras na ordem de 20 bilhões de reais, impactando diretamente no desempenho de empresas varejistas.
Adiciona-se também outro ingrediente ao “aperto” no bolso do consumidor: as dívidas. Um levantamento feito pela FCDL-SP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo), com base na pesquisa realizada pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostrou que cerca de 26 milhões de paulistas entraram em 2023 com algum tipo de dívida.
Com tantas variáveis neste começo de ano, é possível obter a certeza de um janeiro desafiador para o varejo. Um mês de malabarismos e estratégias para sair da estagnação e iniciar o ano vendendo ou oferecendo algum tipo de serviço ao consumidor.
As iniciativas devem estar presentes no mês de janeiro, sempre serão vistas como saída para o varejo, em um país que tem a tradição popular de iniciar o ano apenas “depois do carnaval”.