As plataformas de Inteligência Artificial generativa se tornaram tema central das discussões sobre tecnologia e mercado de trabalho nos últimos meses.
Muito além de gerar respostas instantâneas a questões complexas, a IA tem demonstrado potencial para assumir atividades que, antes, apenas humanos eram responsáveis por realizar.
De acordo com o relatório Futuro do Trabalho, do Fórum Econômico Mundial, com o rápido desenvolvimento das IAs, muitos cargos podem desaparecer nos próximos anos.
Entre 2023 e 2027, por exemplo, a previsão é de que profissões como a de balconistas, secretários administrativos e vendedores de porta em porta deixem de existir. Ao mesmo tempo, novas funções, categorias e especialidades devem aparecer.
Para o BizHub, ecossistema de inovação e tecnologia da A&M que oferece soluções com base em inteligência artificial, no futuro, teremos profissionais capacitados para educar IA, além de trabalhar lado a lado com a tecnologia.
Alguns desses cargos já existem, como é o caso dos designers conversacionais. Responsáveis pela adaptação das interfaces aos atendimentos. Eles trabalham com UX (experiência do usuário, em português), mas poderão adquirir uma nova habilidade para treinamento de IA e suas respostas.
Outro cargo que provavelmente ganhará ainda mais atenção, são os designers de Prompts para IA, especializados na interação entre humano e tecnologia.
Os prompts são perguntas, instruções e demandas comuns, presentes na comunicação entre o usuário e o sistema. O propósito desse cargo é identificar as principais necessidades dos usuários ao interagir com uma inteligência artificial.
Segundo o ecossistema, redatores e designers estarão mais propensos a se adaptarem à IA.
Ferramentas como o Canva já integraram a IA para o desenvolvimento de imagens. No entanto, é necessário um profissional direcionando para essa construção. Os redatores passam por um processo parecido, em que a técnica pode ser potencializada pela IA.
Algumas profissões surgiram do zero, baseadas em cargos tradicionais em tecnologia que temos hoje.
Para que os computadores consigam operar com base em dados e algoritmos, os engenheiros de Machine Learning (aprendizado de máquina em português), serão cruciais. Responsáveis pela programação, esse profissional cria e treina os modelos computacionais para execução de tarefas específicas.
Não se limitando a gerar ou extinguir ocupações, esses sistemas de IA têm o potencial de revolucionar todas as áreas profissionais. Eles possibilitam a automação de tarefas, incentivam a criatividade e propiciam o aprendizado, amplificando de maneira significativa a produtividade e concedendo maior autonomia ao trabalhador.
Assim, um funcionário em início de carreira que domina a ferramenta, é capaz de desempenhar funções mais avançadas que sua posição. O mesmo acontece com os funcionários plenos e a nível sênior. A IA permite expandir as habilidades e competências de todas as categorias.
Mas as mudanças provocadas pela IA não se restringem ao mercado de trabalho. A discussão sobre regulação, segurança e governança precisa acompanhar o desenvolvimento. Por trás de toda tecnologia, existe uma programação realizada por humanos, com ideais e julgamentos particulares.
O profissional de ética em IA será responsável por fazer essa análise, bem como, certificar de que os processos lógicos e programados das máquinas não se sobreponham às questões humanitárias.
A curadoria para desenvolvimento da IA é, talvez, uma das funções mais importantes para o funcionamento, de acordo com o ecossistema.
Ricardo Bonora, co- fundador, explica que esse profissional é responsável pela melhoria contínua das interações dos usuários com as interfaces conversacionais e vice-versa. O trabalho é feito por meio da análise das interações, mapeamento e criação de novos exemplos para o modelo de inteligência artificial, e do acompanhamento dos objetivos de negócio.
Muito próximo do engenheiro de Machine Learning, o curador é a pessoa que vai pesquisar, analisar e selecionar as informações que a IA terá acesso.
Apesar de toda a efervescência, a Inteligência Artificial ainda está no início do que pode se tornar. Funções e cargos ainda não imaginados podem surgir conforme a tecnologia avança.