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Como as empresas “acontecem”?

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Foto: divulgação

Em um evento recente, que organizamos para líderes de marketing, me perguntaram: tenho muita vontade de empreender, mas como eu vou saber quais pessoas devo contratar e em quais momentos?

Conforme fui respondendo, percebi que a dúvida não era só sobre contratações ou recursos humanos, e sim sobre como dar os primeiros passos nessa jornada. 

Esse é um dilema comum entre as pessoas que desejam empreender, mas se sentem sobrecarregadas pela expectativa de ter todas as respostas antes de começar. 

A jornada empreendedora é muito mais sobre adaptação e menos sobre projeção 

Depois de vivenciar momentos completamente diferentes nos negócios que fundei, a minha tese é de que as empresas “acontecem”. 

É impossível ter todas as respostas com tanta antecedência. O sucesso tem muito mais a ver com conseguir conduzir as adaptações necessárias do que criar e executar um grande masterplan. 

Olhando de fora, caímos na armadilha de achar que o sucesso das startups está ligado à execução de um plano perfeito. Mas, por mais importante que o planejamento seja, são raríssimos os casos em que a empresa se torna exatamente no que os fundadores previam.

Em minha primeira empresa, fundada em 2015,  eu e meus sócios tínhamos um plano perfeito em mente. Tudo fazia muito sentido pra gente e tentamos executar fielmente o que foi planejado. 

Mas de todas as coisas que tínhamos plena certeza, nada se comprovou no mercado. Da segunda vez, em 2017, começamos despretensiosamente vendendo um único serviço e o negócio foi se desenvolvendo organicamente por anos, nos dando a experiência necessária para criar a Faster como é hoje.   

Essa lógica serve para grandes nomes do mercado também. Dúvido muito que o Bezos, fundador e CEO da Amazon, tinha, lá em 1994, a imagem exata do que a Amazon é hoje. O mesmo pensamento vale para o fundador do Facebook – agora Meta, Mark Zuckerberg. Ambas as empresas foram construídas e reconstruídas a partir dos contextos e oportunidades contidas em cada ciclo.

Quais ciclos você terá que lidar e com quais pessoas contar em cada um deles?

O processo de transformar uma ideia em um negócio é cíclico. No começo você não terá todas as equipes, áreas e cargos que deseja. É super normal que você seja seu próprio vendedor, atendimento, RH e até financeiro. 

Suas primeiras contratações devem exercer uma função crítica que você não consegue exercer num volume maior. Nesse ciclo, provavelmente você vai se cercar de pessoas menos experientes – contrate aquelas que acredita ter potencial e desejo de evoluir junto com os desafios que irão surgir. 

Conforme sua empresa se consolida e enfrenta desafios mais complexos, surge a demanda por novas áreas e cargos. Nesse momento é necessário compor seu time com pessoas que elevem o nível da operação. Certamente você já vai ser um melhor recrutador e terá melhores condições para encontrar esse novo tipo de profissional. 

À medida que esses ciclos vão acontecendo é notável a transformação da empresa. As novas pessoas tendem a disseminar sua experiência, e as antigas ganham mais apoio para avançar em suas iniciativas. Assim você ganha muito conhecimento sobre áreas que não dominava, o que acaba gerando um ciclo infinito de oportunidades e adaptações. 

Não se preocupe em ter todas as respostas, porque você não estará sozinho para descobri-las. Espero que esse texto te ajude a dar o próximo passo.

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CEO e cofundador da Faster

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