Recentemente, a Purpel Metrics, empresa de mensuração recorrente de branding, completou uma rodada pré-seed de captação de US$ 1,2 milhão, liderada pela Astella, com participação dos fundos 040 Ventures e Raio Capital.
Fundada por Guta Tolmasquim, CEO, a empresa nasceu da observação de que as formas tradicionais de mensuração de branding não atendiam às necessidades de marketing contemporâneo, onde dados precisos e em tempo real são essenciais. Ela buscou criar uma solução que fornecesse informações detalhadas sobre a construção de marcas e, em parceria com seu irmão, Eduardo Tolmasquim, estabeleceu a fundou em maio de 2021.
A Purple Metrics conquistou rapidamente investidores estratégicos e colaborou de perto com clientes, incluindo Blip, Conta Azul, Daki, Nuvemshop e RD Station, para desenvolver sua proposta e ganhar reconhecimento no setor de mensuração de branding.
O Economia SP Drops conversou com Guta para saber mais dessa jornada empreendedora e como conquistas como essa podem inspirar outras mulheres no mundo dos negócios. Confira:
Como você decidiu se tornar empreendedora e qual foi a motivação por trás disso?
Guta: Eu não tinha exatamente essa ideia na cabeça, a de me tornar empreendedora. Na verdade eu tinha uma inquietação, eu via que as startups precisavam de branding e eu via que tinha espaço para ofertar esse serviço de uma forma específica, que resolvesse essa dor, então comecei a fazer esse trabalho paralelamente até o momento em que ficou insustentável. Só aí tomei coragem, pedi demissão e foquei na Brand Gym, minha primeira empresa, que depois me levou a Purple Metrics, empresa que toco atualmente.
Como você vê o papel das mulheres no mundo dos negócios e como isso evoluiu ao longo do tempo?
Guta: É difícil falar que existe um papel específico para as mulheres por serem mulheres. O mundo dos negócios costuma ser difícil por si só e as mulheres já têm seus papéis nos negócios para dar conta. O que acontece é que muitas vezes o gênero implica uma educação diferente e isso sim pode tirar algumas mulheres do caminho que queriam. Então minha resposta é uma pergunta: qual é o papel da sociedade para educar as mulheres para o mundo dos negócios?
Qual é a importância do networking e do apoio entre empreendedoras para o sucesso nos negócios?
Guta: É completamente essencial. Eu não teria conseguido sem a rede de pessoas que me apoiaram. Dizem que ser CEO é a profissão mais solitária do mundo. É de fato solitário, mas não é um esporte individual, é um esporte coletivo. Essa foi a maior surpresa quando eu comecei a empreender, o acolhimento imediato de outros conhecidos empreendedores que acabaram virando grandes amigos. Ninguém nos prepara para sermos empreendedores e estamos fazendo coisas novas, que ninguém sabia, então temos que nos ajudar muito.
Quais são os principais obstáculos que as mulheres empreendedoras ainda enfrentam atualmente?
Guta: São os problemas comuns às mulheres, como dupla jornada, questionamento constante sobre nossas capacidades, preconceito, assédio, além das batalhas internas para superar os preconceitos formados na nossa cabeça por não termos crescido com referências de mulheres empreendendo.
Como você vê a representatividade das mulheres em posições de liderança e como isso influencia o empreendedorismo feminino?
Guta: Representatividade é muito importante para as pessoas entenderem as possibilidades que têm. Quando vemos pessoas similares a nós – e gênero é uma das nossas características – conseguimos avaliar aquilo como um caminho. E isso vale para tudo, para o mundo corporativo, para o empreendedorismo, mas também para o entretenimento, a literatura, as brincadeiras que os pais propõem para as crianças, os personagens históricos e assim por diante.
Quais são suas fontes de inspiração no mundo dos negócios?
Guta: Eu funciono bem com educação formal e referências de empresas que já passaram pelo que estou passando. Gosto de ler a história das empresas e ouvir podcasts e assistir a entrevistas de alguns empreendedores que vejo que têm uma linha de raciocínio parecida com a minha. Encaro empreendedorismo de forma ampla, para esse caso: ramos da música, do entretenimento, alimentação e, claro, tecnologia.
Quais são seus próximos planos e objetivos?
Guta: Nós acabamos de receber uma rodada de investimento pré-seed, no valor de US$ 1,2 milhão liderada pela Astella, e o foco será no desenvolvimento do nosso software de mensuração recorrente de branding, expandindo capacidades de integração, e na contratação de algumas pessoas para complementar a equipe.