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Empreendedorismo feminino: entre desafios e avanços elas seguem liderando negócios

Foto: divulgação.

Por Ilana Nasser, co-fundadora da Vendah.

Mais de 34% dos negócios no Brasil são liderados por mulheres. No ano passado, o país somava 10,3 milhões de empreendedoras que, juntas, geraram cerca de 300 mil novos empregos. Os números, contabilizados pelo SEBRAE, provam que, apesar das velhas barreiras do preconceito de gênero, desigualdade de acesso a recursos e desafios enfrentados com a dupla jornada persistirem, nós temos SIM muito potencial e somos capazes de estar onde quisermos.

Em um mercado de trabalho ainda inspirado em um modelo criado por homens e para homens, as mulheres, aos poucos, vão mudando sua postura, acreditando mais e mais em suas capacidades como administradoras bem-sucedidas de seus negócios.. Afinal, já faz um tempo que o mercado está de olho nas soft skills, tais quais sensibilidade, intuição, cooperação e coragem. E querem usar isso tudo não apenas cumprindo seu papel de mãe e dona de casa, mas também para se realizarem profissionalmente.

Ao se impor tamanho desafio, uma das maiores dificuldades dessa mulher empreendedora é aprender a gerir bem o tempo para conseguir conciliar vida profissional e família. A enorme pressão social e familiar, motivada pelo fato de as mulheres ainda serem vistas como cuidadoras, leva a expectativas irreais e a níveis de frustração muito elevados e, sem um equilíbrio, sua saúde fatalmente sairá prejudicada.

Portanto, é gratificante conferir, no meu dia a dia de trabalho, tantas histórias de sucesso de mulheres que têm conseguido empreender ao mesmo tempo que se dedicam às suas casas e aos filhos. E isso graças ao avanço da tecnologia e ao uso das redes sociais. Fazendo do celular um instrumento de trabalho, elas administram suas lojas virtuais em poucos cliques e passam a vender uma série de produtos, transformando suas redes de relacionamento em potenciais clientes. Ao conquistar a independência financeira e continuar presente no lar e na família, elas servem de inspiração para outras mulheres, ajudando a formar uma rede de colaboração e informação que une centenas de mulheres em torno desse mesmo ideal.

Se a tendência das novas gerações de mulheres é deixar de acreditar que os homens são os líderes e as mulheres se realizam sendo apenas mães, é preciso que o arcabouço da sociedade acompanhe essa mudança. Não dá mais, por exemplo, para aceitarmos que leis que afetam profundamente a vida das mulheres sejam debatidas e decididas por uma maioria masculina. Para o empreendedorismo feminino prosperar, é necessária uma maior representatividade de mulheres no Executivo e no Legislativo. Isso sem falar em uma mudança de postura no mundo corporativo, formado por empresas que, em sua maioria, ainda não reconhecem as chamadas soft skills, aquelas habilidades subjetivas tão femininas em sua essência.

Independentemente da sua etnia, classe social ou nível de educação, há de se enaltecer o valor e o potencial das mulheres. Afinal, entre desafios e avanços, elas vão seguir liderando!

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