Referência entre os CVCs (Corporate Venture Capital) latino-americanos, a Wayra Brasil, hub de inovação aberta da Telefónica/Vivo no país, tem ampliado cada vez mais seu papel no ecossistema de inovação junto com o Vivo Ventures.
Somente em 2022, a companhia gerou mais de R$ 70 milhões em negócios por meio de suas 25 startups investidas, que, juntas, têm valor de mercado superior a R$ 2,3 bilhões. Esse valor representa um crescimento de aproximadamente 8,8% em relação ao ano anterior. Já as startups do Vivo Ventures somam um valor que ultrapassa R$ 1,6 bilhão.
Juntos, os dois fundos já aportaram mais de R$ 67 milhões em startups. E nesse sentido, o Economia SP Drops conversou com Wana Schulze, Head of Investment & Portfolio da Wayra Brasil e Vivo Ventures, para saber os próximos passos e quais as áreas de maior interesse para investimentos do hub. Leia na íntegra:
Como você avalia o balanço da Wayra Brasil em 2023?
Wana: Esse foi um ano positivo tanto para Wayra, como para Vivo Ventures. Com Wayra, buscamos investir em startups early stage, já com o Vivo Ventures, focamos em empresas de estágio mais avançado, em movimento de escalada. Realizamos pela Wayra o aporte na startup israelense Tachyonix, provedora de aplicativos SAP e com Vivo Ventures investimos em conjunto com a Telefónica Open Innovation US$ 3 milhões na Digibee (DGB USA Inc), empresa focada em promover integração entre sistemas tecnológicos e novas tecnologias de forma simplificada. Em dezembro, fechamos o ano com chave de ouro com Vivo Ventures ao investirmos R$ 25 milhões na plataforma digital de saúde Conexa, representando o maior cheque já assinado pelo fundo até aqui. Com isso, somando os dois CVCs (Corporate Venture Capital) da Telefónica/Vivo chegamos a mais de R$ 95 milhões investidos em 88 startups, desde o início da operação dos dois veículos de investimento.
Quais são as perspectivas para o futuro da parceria entre Wayra Brasil e o Vivo Ventures
Wana: Continuaremos investindo em setores de interesse da Telefónica/Vivo como Finanças, Saúde , Educação, Energia, Casa Conectada, Entretenimento, Marketplace, e IA. Com a Wayra, manteremos os investimentos em startups early stage, já com o Vivo Ventures, fundo de investimento em participações (FIP), o foco são startups em estágio de desenvolvimento mais avançado e as áreas prioritárias são as mesmas. O critério e a tese de investimentos se manterão em 2024: investir em startups que tenham capacidade em fazer negócios com a Vivo, seja resolvendo uma dor interna para melhorar a eficiência da empresa ou como parceiro de negócios, contribuindo para a geração de receitas. Atualmente, a Vivo fecha contrato com ao menos 50% do nosso portfólio, o que revela a importância dos nossos investimentos para a estratégia de negócios da companhia.
O valor de mercado combinado das 25 startups investidas pelo hub ultrapassa R$ 2,3 bilhões. Como a Telefónica/Vivo colabora com essas startups para impulsionar seu crescimento e inovação?
Wana: Na Wayra, o acompanhamento é feito por meio dos nossos especialistas, com mentorias, criação de redes de contatos entre agentes do ecossistema e de representantes do grupo Telefónica com os fundadores e pessoas em cargos de liderança das startups investidas. No Vivo Ventures, realizamos um plano de geração de valor para as startups do portfólio para que seja possível alavancar e escalar as soluções na própria Vivo. Acreditamos que mais do que investir receita é oferecer o chamado smart money. Os cheques de Wayra são até R$2 milhões em startups “early stage”, preferencialmente, em rodadas iniciais, chamadas de “pré-seed e seed”, com negócios alinhados à estratégia da Vivo, podendo haver co-investimentos de outros fundos em uma mesma rodada. Já o Vivo Ventures investe em startups “growth”, com tickets que variam de R$ 5 milhões a 25 milhões. As 25 investidas de Wayra têm valor de mercado de mais de 2,3 bilhões e as de Vivo Ventures (klavi, Klubi, Digibee e Conexa) têm valor de mais de R$ 3 bilhões.
Quais são as metas e objetivos da Wayra Brasil para 2024?
Wana: Queremos manter nossa relevância no ecossistema empreendedor com os dois veículos de investimento e continuar apoiando a estratégia de negócios da Vivo/Telefónica, priorizando investimentos que ajudem no desenvolvimento de novos produtos e soluções, além de oferecer mentorias e expertise de mercado às investidas.