O título desta publicação lhe chamou atenção? Se sim, fico feliz em dizer, que você é uma das poucas pessoas que acredita que Compliance e Governança devem fazer parte do planejamento estratégico das organizações.
Dar atenção a esses temas, e torná-lo parte da estratégia, é fundamental. Considerando que estamos vivendo e experimentando um mundo cada vez mais complexo e regido por normas, o compliance se destaca como uma área fundamental para o sucesso das organizações. Mais do que uma mera obrigação legal, o Compliance se configura como uma ferramenta estratégica que contribui para a sustentabilidade, a competitividade e a reputação das empresas.
Historicamente, a função de compliance era vista como uma resposta às demandas regulatórias, um mal necessário para evitar penalidades e preservar a imagem da empresa. No entanto, essa percepção tem mudado significativamente. Hoje, o Compliance é reconhecido como uma área estratégica, que contribui diretamente para a realização dos objetivos corporativos, além de fortalecer a integridade e a reputação empresarial.
Incorporação do compliance ao panejamento estratégico
A incorporação do Compliance no planejamento estratégico tem se revelado fundamental para assegurar a aderência da organização às leis, normas e regulamentações vigentes. Mais do que isso, essa integração desempenha um papel crucial na mitigação de riscos e na promoção de uma cultura empresarial pautada pela ética e transparência.
É importante destacar que as funções de compliance nas empresas vão além do papel reativo; elas assumem uma posição proativa, capacitando a organização a antever e prevenir potenciais problemas futuros, reforçando assim a sua resiliência e integridade no mercado.
E pensar nesta integração se traduz em pelo menos 5 ações iniciais:
1- Definição de objetivos e metas: O programa de Compliance deve estar alinhado aos objetivos estratégicos da organização, garantindo que as ações estejam em consonância com a missão, visão e valores da empresa.
2- Análise de riscos: A identificação e avaliação dos riscos de compliance são essenciais para a tomada de decisões estratégicas e a implementação de medidas de mitigação eficazes.
3- Criação de políticas e procedimentos: A formalização de políticas e procedimentos claros e objetivos garante que todos os colaboradores estejam cientes de suas responsabilidades e dos comportamentos esperados.
4- Treinamento e comunicação: A capacitação dos colaboradores em temas de Compliance é fundamental para a efetividade do programa, promovendo uma cultura de ética e responsabilidade.
5- Monitoramento e avaliação: O acompanhamento contínuo do programa de Compliance garante sua adequação e efetividade, permitindo a identificação de oportunidades de melhoria.
Benefícios da implantação dos Compliance
Toda essa integração, embora exija consideráveis investimentos, capital intelectual e métricas de acompanhamento, só se justifica se destacarmos os benefícios que ela traz. É fundamental reconhecer que o sucesso dessa jornada não se limita ao aspecto financeiro somente. Requer, igualmente, um comprometimento profundo da alta liderança em adotar o Compliance e o Planejamento Estratégico não apenas como práticas, mas como pilares de uma nova cultura organizacional. Assim poderemos assegurar que o esforço e os recursos investidos se traduzam em resultados tangíveis e sustentáveis para a empresa.
Aqui temos alguns benefícios, que materializam o investimento:
1- Redução de riscos: O Compliance ajuda a prevenir multas, sanções, processos e outros impactos negativos decorrentes da não conformidade com leis e normas.
2- Aumento da competitividade: Empresas com boa reputação e práticas éticas atraem e fidelizam clientes, parceiros e talentos, impulsionando a competitividade no mercado.
3- Melhoria da governança corporativa: O Compliance contribui para a implementação de boas práticas de gestão, aumentando a transparência, a Accountability e a responsabilidade da organização.
4- Promoção da cultura ética: O Compliance incentiva um ambiente de trabalho ético e transparente, baseado na confiança e no respeito mútuo.
Aumento da confiança dos stakeholders: A implementação de um programa de Compliance demonstra o compromisso da organização com a ética e a responsabilidade, aumentando a confiança de clientes, investidores, parceiros e da sociedade em geral,
Tendências e desafios
Independentemente de ser na área de Compliance ou em qualquer outro setor, a necessidade de evolução contínua é imperativa, abrangendo aspectos como o desenvolvimento de talentos, aprimoramento de processos, adoção de novas tecnologias e implementação de outras iniciativas inovadoras. Para que essa transformação ocorra de forma efetiva, as empresas devem manter-se vigilantes, sempre atentas às novas tendências e buscando oportunidades de melhoria contínua. Essa postura proativa não apenas assegura a competitividade no mercado, mas também fortalece sua capacidade de adaptação a um ambiente de negócios em constante mudança.
Mas, atenção, o Compliance deixou de ser um mero cumprimento de obrigações legais para se tornar um componente estratégico essencial para o sucesso e a sustentabilidade das organizações. Ao antecipar riscos, promover uma cultura ética e garantir a integridade operacional, o Compliance posiciona as empresas para o sucesso a longo prazo. Em última análise, uma abordagem estratégica para o Compliance não apenas protege, mas também valoriza, reforçando a reputação e a competitividade no mercado global.
