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A Generative IA movimenta, da arte a ética, do marketing a experiência do cliente, e o que mais? 

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Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

“Alexa abrir …”  

Quem nunca interagiu com as assistentes virtuais, poderosas e versáteis como a “Alexa, Siri ou Google Assist” pode estar muito perto. As tecnologias embarcadas nestes pequenos equipamentos são compostas não apenas por inteligência artificial, mas por processamento de linguagem natural (PLN), aprendizado de máquina (ML) e nuvem (Cloud).

Tudo isso para destacar como, à medida que avançamos em nossa trajetória tecnológica, a inteligência artificial (IA) e a IA Generativa se tornam cada vez mais ubíqua[1]  [um adjetivo que aprendi com a própria IA] em nossa sociedade.

“Até parece que nossa dependência dessas tecnologias, que imitam a inteligência humana, está crescendo de forma contínua e significativa, não é verdade”?

A IA generativa, uma faceta inovadora desta revolução, está na vanguarda, redefinindo os limites do que é possível e abrindo novos caminhos para exploração.

Antes de prosseguirmos, permita-me informar aos meus estimados e distintos leitores(as) que este artigo é uma série de 5 partes. Faço isto, com o objetivo de lhe oferecer espaço para reflexão e fomentar a geração de novos conhecimentos.

Mas afinal de contas, o que é a IA Generativa?

De forma geral e muito sumarizada, IA Generativa é um ramo da inteligência artificial que se concentra na criação de novos conteúdos, como textos, imagens, sons e vídeos. Ela utiliza algoritmos[2] complexos para aprender com grandes conjuntos de dados e, em seguida, usar esse conhecimento para gerar novos conteúdos originais.

Um estudo realizado pela plataforma “Distrito “Generative Artificial Intelligence”, discute vários aspectos da Inteligência Artificial (IA) Generativa e suas aplicações em diferentes campos, como destacado do título deste artigo. A pesquisa, muito bem fundamentada, aborda tópicos como o impacto da IA generativa em tarefas e fluxos de trabalho, os desafios e limitações dos modelos de IA generativa, os riscos potenciais do uso da IA para gerar conteúdo e as considerações éticas em torno da tecnologia.

Você deve estar deslumbrado(a) com a dimensão desta pesquisa, não é mesmo? Mas uma pesquisa para ter seu valor reconhecido, é imprescindível sua aplicação prática!

A pesquisa também fornece insights valiosos sobre como a IA Generativa está sendo utilizada em áreas como o marketing, experiência do cliente, descrições de produtos, criação de conteúdo e outras. Destaca-se como empresas e plataformas específicas que aproveitam a IA generativa para diversos propósitos, criam conteúdos de marketing, geram descrições de produtos e melhoram experiências do cliente.  

 Aplicação prática de IA Generativa

As ferramentas e aplicações da OpenAI[3] como o próprio ChatGPT, DALL-E (geração de imagens em alta resolução) e outras, têm ganhado destaque globalmente, marcando presença em diversos setores, como temos acompanhado. Mas o verdadeiro valor dessas inovações reside na sua capacidade de otimizar, aprimorar processos e trazer resultados tangíveis e que possam efetivamente se traduzir NÃO apenas em cifrões, mas, abrir caminhos para avanços significativos em eficiência e criatividade.

A Arte Reimaginada pela IA Generativa

No campo da arte, por exemplo, apesar das contradições apresentadas por diversos artistas, as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) possuem o potencial de reimaginar, ressignificar e até reconstruir elementos que foram esquecidos pela história ou que ainda não foram descobertos. Embora as questões legais relacionadas aos Direitos Autorais sejam extremamente importantes, a discussão central aqui é sobre como a IA Generativa pode impulsionar o campo da criatividade na arte.

As ferramentas de IA Generativa abrem novos horizontes para a criatividade, oferecendo aos artistas a capacidade de explorar combinações e interpretações inéditas que talvez não fossem possíveis através dos métodos tradicionais. Essa tecnologia pode servir como uma extensão da mente criativa do artista, permitindo a experimentação com formas, cores, texturas e conceitos de maneira rápida e interativa.

No entanto, é crucial reconhecer a importância da colaboração consciente entre o artista e a IA respeitando os direitos autorais e a originalidade artística. Ao equilibrar esses elementos, a IA Generativa tem o poder de enriquecer o campo da arte, trazendo à luz novas perspectivas e possibilidades que antes estavam além do alcance da imaginação humana.

Ética na Era da Inteligência Artificial

Ética é sem dúvida um campo sensível a ser explorado, quando se trata de IA Generativa. À medida que a IA generativa avança, surgem questões éticas complexas, especialmente em relação à autoria, propriedade intelectual e a potencial criação de conteúdo enganoso ou prejudicial.

A indústria e a comunidade acadêmica estão engajadas em debates sobre como moldar políticas que promovam a inovação, ao mesmo tempo em que protegem os direitos individuais e a integridade da informação. A discussão sobre a ética na IA é crucial para garantir que seu desenvolvimento e uso beneficiem a sociedade de maneira responsável e transparente.

Num artigo muito relevante, cujo nome é “Estabelecendo princípios para a ética na IA”, postado no site da IBM, apresenta as preocupações da comunidade acadêmica sendo que a falta de diligência nesta área pode gerar risco reputacional, regulamentar e jurídico, resultando em multas onerosas.

Contudo, a comunidade acadêmica tem adotado o Relatório Belmont (PDF) – Princípios Éticos e Diretrizes para a Proteção dos Sujeitos Humanos de Pesquisa – Proteção dos Sujeitos Humanos de Pesquisa Biomédica e Comportamental – como um referencial para direcionar os princípios éticos nas pesquisas experimentais, especialmente no uso de ferramentas de Inteligência Artificial[4].

Ainda, a pesquisa, tem como principal pilar a condução, pesquisas biomédicas e comportamentais envolvendo seres humanos e desenvolvimento de diretrizes que devam ser seguidas para assegurar que tais pesquisas fossem conduzidas de acordo com princípios éticos. O Relatório Belmont tenta resumir os princípios éticos básicos, vejamos quais são:

1- Respeito pelas pessoas: este princípio reconhece a autonomia dos indivíduos e mantém a expectativa de que os pesquisadores protejam os indivíduos com autonomia reduzida, que pode ser resultado de diversas circunstâncias como enfermidade, incapacidade mental e restrições de idade. Este princípio envolve sobretudo a ideia de consentimento. Os indivíduos devem estar cientes dos possíveis riscos e benefícios de qualquer experimento do qual façam parte e devem poder escolher participar ou retirar-se a qualquer momento, seja antes ou durante o experimento.

2- Beneficência: este princípio segue o exemplo de ética da área da saúde, em que os médicos fazem um juramento de “não fazer mal”. Essa ideia pode ser facilmente aplicada à inteligência artificial, na qual algoritmos podem ampliar vieses em torno de raça, gênero, política, políticas, entre outros, apesar da intenção de fazer o bem e melhorar um determinado sistema.

3- Justiça: este princípio trata de problemas como justiça e igualdade. Quem deve aproveitar os benefícios da experimentação e do machine learning? O Relatório Belmont oferece cinco formas de distribuir deveres e direitos, que são:

a)      Responsabilidade compartilhada

b)     Necessidade individual

c)      Esforço individual

d)     Contribuição social

e)      Mérito

A IA generativa não se limita aos campos já mencionados; sua influência se estende a tecnologias exponenciais, como a computação quântica, biotecnologia e nanotecnologia. Ao acelerar a pesquisa e o desenvolvimento, a IA generativa tem o potencial de catalisar avanços significativos nessas áreas, abrindo caminho para inovações que podem remodelar nosso mundo.

Desde o desenvolvimento de novos materiais até a descoberta de tratamentos médicos revolucionários, a IA generativa está na vanguarda, expandindo os limites do que é possível.

Para mim, a importância da ética na IA generativa transcende somente os debates acadêmicos, impactando diretamente a forma como interagimos com a tecnologia no nosso dia a dia. À medida que essas tecnologias avançam, é eminente que continuemos a questionar e reavaliar nossos princípios éticos, garantindo que eles evoluam junto com as inovações.

Por fim, embora o cenário pareça complexo, é crucial não se limitar apenas à leitura de artigos ou textos genéricos, especialmente sobre o tema da Ética na era da Inteligência Artificial precisamos mergulhar. 


[1] Adjetivo que está ou existe ao mesmo tempo em toda parte; onipresente; que se difundiu extensamente; geral, universal;

[2] Um algoritmo é uma sequência de instruções bem definidas, normalmente usadas para resolver problemas de matemática específicos, executar tarefas, ou para realizar cálculos e equações. Podem ser definidos como ferramentas poderosas que permitem resolver problemas, executar tarefas complexas e otimizar processos. A origem da palavra “algoritmo” remete a Al Khowarizmi, famoso matemático árabe do século IX.        

[3] Empresa que vem desenvolvendo a plataforma ChatGPT, LLM.[4] https://www.ibm.com/br-pt/topics/ai-ethics < Site visitado em 28 de março de 20224.

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Diretora de inovação e novos negócios na TATICCA ALLINIAL GLOBAL BRASIL, mais de 15 anos de experiência no mercado de auditoria externa e consultoria e mentora no Distrito, ABCStartups Inovativa, além de conselheira fiscal e consultiva certificada.

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