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South Summit: amadurecimento do ecossistema do RS se reflete no evento

South Summit
Foto: divulgação

O South Summit, evento criado na Espanha e focado em inovação, tecnologia e empreendedorismo, acontece em Porto Alegre (RS) pela terceira vez consecutiva.

O fato de a capital gaúcha ter sido mantida como sede do South Summit, somado ao próprio crescimento do evento, reflete a evolução do ecossistema de inovação do Rio Grande do Sul, impulsionada por iniciativas como o Instituto Caldeira.

Ao longo do último ano, o número de startups no estado aumentou nada menos que 73%. Segundo o Ranking de Competitividade dos Estados e Municípios, publicado pelo Centro de Liderança Pública, o Rio Grande do Sul ocupa o segundo lugar em inovação no Brasil.

Abrigando 138 instituições de ensino de nível superior, o estado conta ainda com 44 incubadoras e 48 instituições científicas, tecnológicas e de inovação. A capital Porto Alegre está atualmente entre os cinco ecossistemas mais promissores para startups na América Latina.

Pedro Valério, diretor executivo do Instituto Caldeira, afirma que o potencial de crescimento do ecossistema de inovação do Rio Grande do Sul é gigantesco.

“A qualidade da mão de obra, das instituições de ensino, a triangulação que vem sendo feita entre as diferentes hélices, a capacidade de colaboração, tudo isso semeia um futuro muito promissor para que novas startups surjam, para que mais recursos e capital sejam investidos, e para que mais articulações possam ser feitas em prol do ecossistema e do desenvolvimento econômico e social do estado”.

No último mês de setembro, o próprio Instituto Caldeira divulgou o RS Tech 2023, estudo realizado em parceria com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul que se propõe a ser uma fotografia do ecossistema de inovação gaúcho.

A pesquisa registrou que, de modo geral, o ecossistema é jovem, com empresas com no máximo dez anos de fundação, 78% delas foram fundadas nos últimos cinco anos.

De modo geral, as startups começam a faturar cedo, com 46% delas realizando o primeiro faturamento antes de completar seis meses e 72% das empresas apresentam crescimento superior a 20% ao ano. Mais de 80% das startups gaúchas atuam no desenvolvimento de tecnologias estratégicas, e 54% delas têm mestres e doutores em suas equipes de fundadores ou funcionários.

Caldeira fomenta a evolução de startups

Hub de inovação e fomento à nova economia, o Instituto Caldeira está estabelecido em mais de 22 mil m² no Distrito Industrial de Porto Alegre, onde conta com 27 salas de reunião, sete espaços de eventos e cerca de 120 posições de coworking para uso dos membros.

O espaço abriga ainda empresas, startups, poder público e universidades, unindo iniciativas diversas em prol do desenvolvimento tecnológico na região. Fundado em 2017, o Instituto Caldeira já passou por três expansões desde então. Atualmente, cerca de 2 mil pessoas circulam diariamente pelo hub.

Além de ser um ponto de encontro para os atores do ecossistema, não apenas por meio da disponibilização dos espaços de trabalho, mas também da realização de eventos, o Instituto Caldeira se destaca por seus programas de aceleração e fomento à criação de startups; dentre os quais o mais tradicional é o Ebulição Startups: pensado para negócios em fase de tração.

O Ebulição já está se encaminhando para a sexta turma e, neste ano, vai selecionar 15 empresas para uma programação prática e intensa, incluindo diagnóstico, masterclasses, mentorias individuais e coletivas, talks, painéis, matchmakings, demoday, e sessões com fundos.

Startups como Agidesk, Alana IA, Augen, Aprix, E-ctare, Yours Bank, Meu Resíduo, Orlla, Sirros, Slice e Volters já passaram por edições anteriores do programa.

Em 2024, o hub lançou também o Kickstart, voltado a empreendedores em início de jornada e que desejem desenvolver um negócio escalável e com base tecnológica. O Caldeira conta ainda com o MVP, focado em negócios em estágio de validação.

Pedro Valério, do Instituto Caldeira, destaca que cada vez mais estão abrangendo diferentes estágios da evolução de uma startup, desde a ideação, fornecendo aos empreendedores ferramentas para potencializar o crescimento do negócio.

“Isso vai ao encontro de um dos principais objetivos do Caldeira, que é ajudar a desenvolver e ampliar a competitividade dos nossos empreendedores e empreendedoras.”

Já em outra frente, a educacional, o Instituto Caldeira procura ajudar a reverter um quadro de escassez de talentos na área da tecnologia: segundo a pesquisa RS Tech, 55% das startups do Rio Grande do Sul têm dificuldades de contratação, sendo programadores, desenvolvedores de apps, desenvolvedores de plataformas digitais, especialistas em vendas, especialistas em marketing, especialistas em comunicação e mídias sociais e cientistas de dados os profissionais mais em falta.

A resposta do hub a essa dificuldade foi a criação do Geração Caldeira, programa que, no dia 27 de março, chega à sua terceira edição: voltado à formação e capacitação de profissionais da área de tecnologia, o Geração Caldeira quer atingir 10 mil alunos inscritos neste ano, e, ao final do processo, chegar a 200 selecionados para a etapa presencial.

É a primeira vez, aliás, que o programa aceita inscrições de candidatos de todo o Brasil. A formatura da segunda turma aconteceu no último mês de dezembro, e, hoje, mais de 50 dos alunos participantes já estão empregados.

A previsão é que, até a metade de 2024, pelo menos 90% dos participantes já estejam inseridos no mercado de trabalho. Depois da contratação, o Instituto Caldeira continua acompanhando a trajetória dos alunos por meio de um programa de mentorias.

Além disso, o Instituto Caldeira se destaca por meio de iniciativas como o Cluster GameRS, de fomento ao desenvolvimento de jogos digitais no Rio Grande do Sul, estado que já é reconhecido no setor e o Smart Shield, projeto de monitoramento por meio de inteligência artificial com o uso de câmeras públicas e privadas desenvolvido em parceria com a prefeitura municipal de Porto Alegre e a Brigada Militar.

“O Instituto Caldeira é reflexo de todo um ecossistema de inovação que vem amadurecendo e crescendo nos últimos anos. O hub surge justamente da capacidade de articulação e colaboração de muitos atores, e também de um papel decisivo da iniciativa privada em tomar riscos ao construir uma estrutura que, por sua vez, também contribua de alguma maneira para o desenvolvimento do ecossistema”.

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