O mercado de infoprodutos no país tem demonstrado um crescimento significativo nos últimos anos, refletindo uma tendência global que movimenta bilhões de reais. Uma pesquisa realizada pela Hotmart em parceria com a Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas (FGV/ECMI), revela que, no ano passado, 79% dos brasileiros consumiram produtos digitais. A nível mundial, a movimentação de vendas na Hotmart atingiu os R$ 30 bilhões.
Em 2022, o setor já havia registrado um aumento notável de 103% no país, segundo dados da Connect Soluções Digitais.
A perspectiva para o futuro é ainda mais promissora, com expectativas de superar esse índice de crescimento. Um indicativo dessa expansão é o constante aumento no número de produtos digitais disponíveis: diariamente, mais de 4 mil novos produtos são adicionados nas principais plataformas de venda, como Hotmart, Eduzz e Monetizze.
Essa tendência reflete o crescente interesse e demanda por produtos digitais no Brasil, alinhado com o cenário global de digitalização e consumo de conteúdos online. O mercado de infoprodutos oferece uma vasta gama de oportunidades, tanto para criadores de conteúdo quanto para consumidores, impulsionando a economia digital e fomentando a inovação no setor.
Para saber mais sobre esse mercado, o Economia SP Drops conversou com Andrezza Rodrigues, cofundadora da AR Educação para Negócios. Andrezza é reconhecida como uma das sete empreendedoras mais influentes do mercado de tecnologia pela Forbes e eleita pela Wired como uma das 50 pessoas mais criativas, que estão mudando o Brasil. Confira:
Como surgiu a ideia de criar a AR Educação para Negócios?
Andrezza: A ideia da AR surgiu em 2019, ainda quando eu trabalhava com educação e gestão financeira para mulheres na minha startup HerMoney. Sempre acreditei no impacto que uma escola de negócios com aprendizados de quem vive na prática a jornada empreendedora pode gerar no mercado. A partir dessa experiência, em 2023 decidi focar meu conhecimento de estratégias de negócios em infoprodutores, com quem convivi muito nos últimos dois anos. O foco da AR é transformar os infoprodutores em empresários, deixando de ser empregados da sua empresa para acessar o próximo nível do mercado.
O mercado de infoprodutores movimentou R$ 30 bilhões em 2023. Como você vê o crescimento desse setor nos próximos anos?
Andrezza: Acredito que o mercado vai continuar crescendo no Brasil e na América Latina. Quando a gente fala de Brasil, a internet é uma ferramenta básica na nossa educação, pois ela chega onde a nossa estrutura de educação básica não chega, ou seja, o mecanismo de educação social não chega, enquanto que a tecnologia avança cada vez mais rápido para levar informação e formação a massa da nossa população.
O que torna o mercado de infoprodutores no Brasil tão promissor?
Andrezza: Aqui o ponto de destaque é a profissionalização, o amadurecimento das pessoas que compõem esse mercado, tanto a nível de qualidade da entrega (dos conteúdos gerados), levando em consideração os consumidores, suas exigências e a concorrência cada vez maior. Todo esse conjunto reforça o quanto o mercado de infoprodutores é promissor para nossa economia a nível de geração de receita, quanto social a nível de acesso ao conhecimento.
Quais são os principais desafios enfrentados pelos infoprodutores brasileiros?
Andrezza: O desafio é criar estruturas para que os infoprodutores deixem de apenas vender produtos e sejam uma empresa, ou seja, se consolidem. Existem pessoas muito boas que precisam agregar conhecimentos de gestão, de time, de marca, de vendas, para que possam continuar usando o alcance da internet para crescer.
Quais são os principais benefícios que a AR oferece aos infoprodutores em seus cursos e mentorias?
Andrezza: O principal benefício que a AR oferece aos infoprodutores é ter o conhecimento validado por empresas de longo prazo, ou seja, trazemos conhecimentos de múltiplos mercados de forma personalizada para a realidade e as particularidades das empresas de infoprodutos.
Em um mercado tão competitivo, como a AR se diferencia das demais empresas de mentoria?
Andrezza: A AR irá criar nos próximos meses um ecossistema similar ao Vale do Silício, para os infoprodutores participantes dos programas de educação de negócios estarem se conectando a grandes empresas, facilitando a troca de experiências e desenvolvimento de negócios.
Quais são as perspectivas da AR Educação para Negócios para o futuro próximo?
Andrezza:Os próximos passos da AR compreendem investir em tecnologia própria com IA nos programas de educação, networking house (matchmaker de grandes empresas com empresários de infoprodutores), além de marketplace de serviços e ferramentas para as empresas escalarem.